Nada como a gente mudar de lugar para as coisas tão simples para nós se tornem complexas. Quando eu era pequeno e tinha como brincadeira apetecível tocar às campainhas dos vizinhos, amaldiçoava-me por ser tão pequeno que tinha de me empoleirar todo para poder chegar com o dedo indicador à campainha da porta do Sr. Acácio Lacerda.
Agora passados alguns anos e com uma outra perspectiva vejo tudo de maneira diferente. Claro que agora muito mais interessante que as tocar às campainhas e viajar na NET. Mas isso já são outras histórias.
Esta relatividade que o tempo determina tem a ver com um passeio a pé que num destes dias dei nos campos do Murraçal da Ajuda e espaços anexos.
Um dos meus “clientes” habituais era o actual Presidente da Câmara. As suas preocupações então dividiam-se entre o Clube de Ténis e a CERCIP. Numa das primeiras vezes que o recebi fui apanhado de surpresa com um dossier que nem conhecia. A construção de um parque de Campos de Ténis nos terrenos por detrás da Escola Secundária. Era urgente e necessário para dar resposta ao rápido desenvolvimento que o Clube de Ténis estava a suscitar. Estudo para cá e para lá o que é certo é que os terrenos começaram a ser terraplanados e começam a aparecer vestígios que não se compreendiam muito bem, havendo a necessidade de chamar entendidos na matéria que vieram a determinar que se tratavam de fornos romanos edificados no sec. I aquando da actividade dos romanos na península ibérica e mais concretamente na Ilha de Peniche.
É aqui que as campainhas das portas entram. Nada como nós mudarmos de lugar para tudo assumir outra importância. Os campos de Ténis perderam prioridade e não me consta que façam parte dos desígnios deste executivo. Penso aliás que com a actual crise financeira com que as Câmaras se debatem seria errado precisamente agora avançar com eles.
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