segunda-feira, setembro 03, 2012

E AGORA SRS. PROFESSORES?

Vasculhando nas memórias deste blog, encontrei algumas posições que expressei face à guerra (que considerei manifestamente injustas) contra a Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e “à cause” à sua sucessora. Reconheço o excelente trabalho de casa mandado executar à FRENPROF pelo seu legítimo orientador pedagógico e como todos percebem na estou a referir-me ao secretário-geral daquela frente sindical, mas ao seu tutor ideológico.
Como é óbvio e porque interessava enfraquecer o governo PS, colaram-se às lutas fratricidas dos profs, forças ideológicas nas antípodas como os ideólogos sociais-democratas e liberais do PSD e os democrata-cristãos do CDS. Com esta salada conseguiu-se minar o terreno que permitiu o derrube do governo PS e a instalação das forças mais reacionárias e terroristas contra um sistema educativo que visava o aluno no seu contexto social como o eixo fundamental da escola.
Nem Salazar ao derrubar a 1ª república conseguiu ir tão longe no desmantelamento do sistema educativo que visava dar a todos e a cada um, segundo as suas faculdades e poder económico o acesso a uma vida de dignidade.
Como consequência de uma associação de malfeitores que só visava os seus interesses políticos pessoais a que se associaram “carneirinhos inocentes” que se deixam ir no conto do vigário sem fazerem funcionar a sua massa neurológica de análise e critica:

São despedidos milhares de professores

Cortam-se os passes aos alunos

Cortam-se os apoios sociais

Constituem-se turmas de 30 alunos em escolas que foram desenhadas para 24/26 alunos.

Acaba-se com aulas de apoio e com o trabalho manual e o desenvolvimento psicomotor como vertente da Formação global dos nossos alunos

Constituem-se turmas de alunos inteligentes e de alunos burros

Os que reprovarem neste contexto social de miserabilismo vão para cursos profissionais até ao 9º ano e os que por razões de nascimento são favorecidos, continuarão os seus estudos e serão os futuros Drs.

Ainda falta a “Mocidade Portuguesa” mas devagar devagarinho, D. Nuno Prior do Crato lá chegará.
Recordo amigos que se zangaram comigo por eu afirmar que se estavam a deixar enrolar. Recordo amigos que não se opunham ao pandemónio que se estava a desenvolver contra a escola pública, porque não queriam pagar o preço dos incómodos e que agora estão com horário 0 (zero)
Recordo amigos que foram dedicados à Escola e aos alunos e que agora enfrentam o desemprego.

Ter razão nestas circunstâncias (ou noutras semelhantes) não me satisfaz. Entristece-me. Sinto uma enorme angústia sobre o futuro do meu país. E sei que ninguém vai responder pelo mal que lhe causa.
Nesta como noutras causas não me incomoda ter razão e que não ma concedam.
Nesta como noutras causas não fico feliz por ter razão.
Posso nem sempre utilizar uma linguagem esteticamente correcta para dizer as coisas. Por feitio e ADN sou muito impulsivo e por vezes sou demasiado brusco e intempestivo. Isto não menoriza os valores que defendo. E sou o primeiro a reconhecê-lo. Na causa dos professores, apesar de ser um trovão a lidar com eles e muitas vezes mesmo a utilizar um tom de voz agressivo e mal educado, ninguém os defendeu com unhas e dentes mais do que eu no exercício das minhas funções. Por iniciativa minha nunca um professor foi punido e nunca permiti que se facilitassem os meios para que isso pudesse ocorrer. Ando de cabeça erguida. Mas sou feito de carne e sangue e espírito.

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