quarta-feira, setembro 26, 2012

AS FUNDAÇÕES
O que o Governo decidiu ao fim de um ano de trabalho, no que respeita às Fundações com o intuito de emagrecer os prejuízos do Estado, é incoerente, estúpido e atinge e ultrapassa as raias do vandalismo e terrorismo político.
Faz pensar no velho adágio popular de “atrás de mim virá, quem de mim bom fará”, recordando as decisões da dupla Cavaco-Sousa Lara. Nessa altura pensámos que nada pior podia acontecer.
Recordem-se algumas decisões tomadas por este Governo, onde pontifica um Secretário de Estado da Cultura que não se manifesta de forma alguma:

Extinção
– Fundação Casa do Douro

Fim de ajudas públicas
- Fundação Casa de Mateus
- Fundação Oriente (que já não recebia qualquer apoio público)

Menos 20% de apoios
- Fundação Centro Cultural de Belém

Menos 30% de apoios
- Fundação Arpad Szénes-Vieira da Silva
- Fundação Casa da Música
- Fundação de Serralves
- Fundação do Gil
- Fundação INATEL
- Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa

Proposta de Extinção a Câmaras Municipais onde estão sediadas
- Fundação Paula Rêgo
- Bienal de Arte de Cerveira

Chega de disfarçar. Os casos mais paradigmáticos são o da Casa de Mateus em que o apoio concedido era de 7500€ valor do Prémio literário que este ano foi atribuído a Maria Teresa Horta e que esta recusou receber das mãos do 1º Ministro. Se não é uma vingança mesquinha e torpe de um “jótinha” mal formado, bem que parece. Depois o ataque a instituições de carácter cultural que alteraram a face do país em que vivemos.
Curiosamente (ou talvez não) a revista “GQ” de Julho/Agosto traz a indicação dos 10 pintores portugueses com valores de quadros seus vendidos em Galerias internacionais. 2 são de Vieira da Silva em valores superiores a 1 Milhão de Euros. 5 são de Paula Rego cuja Casa da Fundação se situa em Cascais em edifício do Arquitecto Souto moura e que já figura entre um dos mais belos edifícios da Modernidade universal. Mas como o Capucho tem tomado posições desassombradas contra os rapazecos do Governo, leia-se esta proposta como mais uma vingançazinha das mentes pequeninas a quem entregámos o governo deste país. Ao Estado caberia pagar a manutenção daquele edifício, como assegura os Jerónimos, para que os vindouros possam dele usufruir como nós. E dar mais dinheiro para podermos ter em permanência telas daquela que já é uma das grandes da pintura portuguesa.
Mas o coelhinho e o seu ordenança um tal de viegas acham que é assim que um pais se liberta. Que pena eu tenho de já não ter tempo para sair deste país e pedir nem que fosse a nacionalidade guatemalteca.

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