Sendo que me tornei tendencialmente um eremita, a folia carnavalesca só me atingiu de raspão. Nas manhãs dos dias subsequentes vi os resultados das noites de estilo com que os foliões enobreceram a sua alegria. Sinais de trânsito partidos. Garrafas de cerveja, e garrafões de droguinha.
A chuva e a crise ao que me dizem, empobreceram os grupos e o corso incipiente que por cá se vai praticando. A reciclagem também aqui se fez ouvir e fatos de anos precedentes deram novas indumentárias. Perdeu-se alguma originalidade e capacidade critica. Mas nem tudo se pode exigir a estômagos vazios e a algibeiras pouco abonadas.
Em contrapartida são muitos os sinais de que se aproximam
eleições. Cartazes anunciam obras que não se explicam. Fala-se em recuperação
sem se dizer e assinalar o que se restaura. Os painéis são muitos, embora com
uma definição muito pouco clara. E painéis de obras em locais demasiado
evidentes para poderem ser considerados como simples acasos.
Salve-se nisto tudo a atitude nobre do Papa alemão. Que
envergonha o Menezes, o Seabra e outros tantos que até agora aos costumes
disseram nada. E alguns que não tendo chegado ao limite de tempo, são tão engonhentos
que apavoram.
Este período de carnaval
valeu por um dito que ouvi que me deixou de sobreaviso: “diz-me de um
poderoso honesto, que eu mostro-te um corvo branco".
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