quarta-feira, fevereiro 27, 2013

DO PRINCÍPIO DA INCERTEZA À TEORIA DO CAOS
Apesar de ter sido professor nunca quis de forma directa explicar matérias à minha filha. E quando os resultados não eram tão bons quanto aquilo que ela desejaria, ensinei-lhe um princípio que me pareceu importante entre outros: - a melhor classificação é o 3; a partir daí é sempre a subir. Só admiti a possibilidade de ela poder ter um explicador em relação a uma matéria específica do 12º ano de Matemática em que por razões diversas ela se sentia menos segura. Consolidados os conhecimentos necessários, terminaram de todo as explicações.
Sempre optei por lhe dar princípios gerais sem os quais nunca teria tido êxito nas aprendizagens que tem feito ao longo da vida.
Enttre esses princípios está o de que não se pode ser capaz de compreender a Matemática sem fazer uma aprendizagem segura da língua materna. E no entanto vão ministros e vêm ministros, fazem-se reformas atrás de reformas, vejo-os a perorarem sobre exigências nas aprendizagens, mas até hoje salvo no período do lançamento da Reforma de Veiga Simão, nunca houve a preocupação de fazer a concordância entre os conhecimentos necessários em Português para poder fazer florescer os recursos matemáticos. Assim é que até hoje vinquei sempre muito bem junto da Maria que não se pode ser bom aluno em Matemática se não se tiverem os conhecimentos adequados em Português. Como poder desenvolver uma equação sem dominar a língua materna?

Outro conceito que tentei transmitir à minha filha foi o de que para treino das capacidades abstractivas para quem quer ir para uma Universidade as disciplinas mais importantes são a filosofia e a Geometria Descritiva. São fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio lógico. É claro que subjacentes a estes dois conceitos está sempre um princípio que é o de que quem não perceber, comprender e valorizar a parte inicial das aprendizagens, nunca chegará a lado nenhum.
O último dos princípios é de que só Universidades públicas em Portugal merecem o nosso crédito. Está bem. Faço uma excepção para a Católica em algumas áreas. O RESTO NÃO MERECE O NOSSO EMPATE DE CAPITAL. São escolas para empregados de balcão ou caixas de supermercado.
A que vem o princípio da incerteza e a teoria do caos a ver com isto? Tudo. Duvidar para aprender. Analisar para poder criticar. E saber viver num mundo complexo em que só evitam as colisões os que sabem colocar no seu rumo as regras essenciais para que os choques se possam evitar. Quem para abreviar caminho facilita o seu rumo acaba inevitavelmente por colidir com a vida.

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