VOLTAR À VACA FRIA
Fonte próxima do topo da hierarquia municipal, diz-me da
injustiça do meu blog sobre a falta de informação dos placards que anunciam
obras neste período de campanha pré-eleitoral. Não costumo ter de me retractar.
Mas fui de novo fazer a ronda das obras anunciadas.
Verifiquei que fui injusto no caso das obras do Bairro
Luís de Camões. O cartaz diz de facto que obras vão ser executadas e onde. Não
diz custos. E mente quando dá a entender ser uma obra da Junta de Freguesia da Conceição Esta cede o
pessoal para as obras que é pago pela Câmara Municipal, tal como o custo das
obras o é. Coitada da Junta que não tem dinheiro para mandar cantar um cego. Mas
enfim embora não completamente esclarecedor, o cartaz enuncia o que no mínimo dos
mínimos deve dizer.
Vejamos os outros casos. No caso do Bº do Calvário não
tenho de retirar uma linha ao que escrevi. É só propaganda política para
incauto ver. Não referencia as casas, não esclarece sobre o tipo de
intervenção, não diz quanto custam, nem quem as vai executar. Isto é, não diz
nada. Ah, diz que duram 22 meses. Mas não diz a partir de quando. Ou a contagem
do tempo já se iniciou?
O caso do anúncio das obras no edifício António Bento, é
em tudo igual ao anterior. Nem merece a pena repetir as dúvidas. Mas tem um
pormenor surreal. Cpoberto pela vedação está um outro cartaz que pessoas mais
curiosas têm tentado ler, afastando para isso a rede que se vai soltando das
hastes de aço de fixação. Mas desiludam-se. Esse cartaz escondido (será
envergonhado?), limita-se a falar em termos filosóficos dos objectivos da obra
(ou do Museu).
Por último. Dei a volta à vedação da Igreja de S. Pedro.
Essa sim em obras desde já. Nem nada a dizer o que lá está a acontecer. E
aquela Igreja é Património de todos os cidadãos portugueses. Não é só o
dinheiro da Igreja que está em causa. Se é que lá está algum a ser investido. Quem paga aquilo? Quanto custa? Que obras? O
Regulamento das Obres Municipais exige esclarecimentos sobre tudo isto. E exige
que esteja lá preto no branco a intervenção do IPAAR na aprovação e
fiscalização das obras. Para não acontecer que a talha dourada do altar central
da Igreja seja pintado pelos pintores da Câmara Municipal, ou outros
semelhantes, a exemplo do que aconteceu na Igreja de S. Sebastião.
E já que estamos a falar de Igreja. Será que a Autoridade
Tributária está à porta dos Templos para exigir o recibo dos pagamentos que são
feitos pelas missas e outros serviços religiosos? Ah! Ah! Ah!
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