quinta-feira, maio 09, 2013

COMO SE APRENDE A ODIAR
"Que vem a ser um homem revoltado? Um homem que diz – não. Mas, se ele recusa, não renuncia: é também um homem que diz sim, a partir do seu primeiro movimento. Um escravo que toda a sua vida recebeu ordens considera subitamente inaceitável uma nova ordem. Quel é o conteúdo desse «não»?
Significa, por exemplo, «as coisas já duraram em demasia», «até aqui, sim; daqui em diante não»; «estão a ir demasiado longe»; «há um limite que não poderão ultrapassar»."
Albert Camus in “O Homem Revoltado”

Tenho vindo a desenvolver dentro de mim um raciocínio de ódio com o que se está a passar no meu país que me assusta. Estarei eu a tornar-me um homem de ódio? Ao ouvir ontem mais um dos “canalhas” que fazem parte do actual governo dei por mim a imaginar-me sentado à mesa a falar com um tal de Rosalino e ao ouvi-lo dizer que me iam aplicar impostos retroactivamente, eu puxar duma pistola e dar um tiro na cabeça daquele desgraçado de merda. Eu que acredito no diálogo percebi que cheguei ao termo daquilo que é suportável.
Existem princípios que aprendi na minha vida e que transmiti àqueles com quem trabalhei. Um deles é que não se pode castigar 2 vezes a mesma pessoa pelo mesmo crime. Outro é que ninguém pode ser espoliado com retroactividade pelos valores que lhe foram atribuídos quando fez um determinado contracto. Outro princípio que eu julgava válido era o de que o Estado era uma pessoa de bem.
Estes miseráveis têm conseguido derrubar todos os valores em que fomos educados. E dizem-no com uma impunidade inacreditável. Resta a revolta. Ou o terrorismo. Ou o crime. Chamem-lhe o que quiserem, para fazer parar esta canalhada.
Sempre paguei os meus impostos. Sempre descontei o que me disseram para descontar. Nunca tive dois empregos. Nunca vivi à custa do Estado. Trabalhei e fui pago pelo meu trabalho. Não fui eu que gastei mais do que o que tinha. Foi o Estado que gastou acima das suas possibilidades. Por incompetência de muita gente. Que sejam esses os penalizados. Ou passarei a acreditar que só existe uma forma de resolver esta ladroagem que nos assalta. Pegar em armas.

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