IGNORÂNCIA PURA E DURA
Que eu cometa as minhas gafes é perdoável. Limito-me a ser um cidadão comum. Tenho algumas ideias com quem muita gente não concorda, mas tenho aproveitado os saberes com que me vou cruzando para poder compreender melhor as situações com que me vou deparando.
Gosto de música e sou muito eclético nos meus gostos. Mas prefiro ouvir música do que falar dela. Gosto ou não gosto. E se é verdade que sempre que estou aqui a escrever ouço música, o som ambiente que procuro pode ir dos clássicos ao fado, ao rock ou ao country. Enfim tenho os meus dias. Mas nunca ouvi os “concertos para violino de Chopin” como Pedro Santana Lopes.
Para ler a “Montanha Mágica” e “A Morte em Veneza” vou aos meus livros e saco da prateleira Thomas Mann, não correndo o risco do tio Cavaco Silva de poder abominar o que encontra em Thomas More. Ah, e na minha escola os Lusíadas tinham 10 cantos, sendo que o 9º era o mais lido pela rapaziada do meu tempo.
Mas a esperança deste país não reside em mim e eu não corro o risco de o representar de forma indevida. Dizem agora que cerca de 2300 licenciados em direito concorreram à carreira diplomática. Dizem-me ainda que na prova de cultura geral só passaram 44 candidatos. Entre outras questões a que não souberam responder estaria a de qual foi o rei português que travou a Batalha do Salado, que poeta escreveu uns versos onde se pode ler, “Eu quero amar, amar perdidamente…”
Isto é, se um diplomata pode desconhecer aspectos de cultura geral que fazem parte da História deste país, porque não podemos ter um primeiro ministro ignorante em música ou um Presidente da República pouco dado a literaturices?
Este é o nosso país.
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