terça-feira, maio 07, 2013

EXAMES DA 4ª CLASSE
Que sensação estranha é esta que sinto hoje de que estamos a passos largos a recuar para um tempo que eu julgava morto e incinerado e com as cinzas espalhadas ao vento?

Quem é este Crato e o que é que o convenceu que era um pedagogo? Será que voltaremos ao tempo da admissão ao 1º ciclo e assim sucessivamente?
Onde estão os professores que fizeram as maiores manifestações dos últimos anos, quando se considerou que os professores teriam de ser avaliados? Até hoje ainda não ouvi um professor nas TVs, ou um representante dos EES afirmar ser favorável a este golpe de teatro. A este regresso a um ensino bafiento e salazarento. Ainda por cima põem crianças de 9 anos a assinar termos de responsabilidade? E não há uma grande prova de força a nível nacional para impedir este acto de violência mental contra crianças indefesas. Onde está o Procurador da República? Onde estão as Comissões de Protecção de Menores? Quem move uma acção contra o Ministro da Educação por permitir uma barbaridade destas?
Mas os professores não são indignam. Estão calados. E não se indignam porque ao que me dizem têm medo. Um medo atávico de não serem colocados. De perderem o emprego.
Curioso. Quando era a avaliação deles até reformados eu vi a engrossarem as manifestações. Quando se trata da avaliação dos meninos e meninas deste país, eles que se lixem. Os pais que cuidem deles. Continuo incapaz de compreender a classe docente à qual pertenci. Eu achava e aprendi com grandes mestres que era um grupo de homens e mulheres que lutavam por valores. Por serem solidários. Por serem os primeiros na luta por causas e não pelos seus interesses pessoais.

Já não conheço nada.
Hoje uma jornalista estagiária da TVI, de quem esta estação de televisão se serve e depois descarta, afirmava para uma menina que se sentia perdida numa escola que não era a sua: “- Agora é que é a sério!”
Que pena a criancinha não ter a capacidade cognitiva para lhe dizer que a licenciatura em jornalismo daquela anedota com um microfone nas mãos, tinha sido feita a brincar.

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