- “Morreu o economista inconveniente” ou ainda “ “Radical, liberal, polémico, professor de dimensão europeia”.
Eu sou
dos que alinham pelo diapasão de que não é por ter morrido que se passa de diabo
a santo. O que registo sobre a personagem em questão é que ele queria baixar o salário dos trabalhadores.
Queria aumentar o valor da TSU para os trabalhadores. Vender aos pedacinhos a
RTP. Dizem que a inteligência lhe dava para a brutalidade.
Os
nossos empresários que se recusaram a aceitar as propostas de nivelar pela
miséria os trabalhadores, poderiam reprovar no 1º Ano de economia do Curso que
leccionava, mas o Sr. Borges também nunca entraria em nenhuma Faculdade de
Humanidade digna desse nome.
A mim
parece-me que em nome da inteligência já desculpámos demais os ultraliberais
que transformaram a economia num lodaçal e num pardieiro, onde só sofrem os
mais miseráveis de entre os miseráveis.
Dizem
que é católico. Não dizem que é cristão. Mas se com uma das coisas querem
significar a outra, está neste momento a prestar contas das suas opiniões e dos
seus contributos para aquilo que terá feito pela defesa dos mais miseráveis.
Parece que é mais fácil a um pobre entrar no Reino dos Céus que a um rico. O
buraco da agulha parece que ficou estreito. E não acredito que se atreva a
baixar o salário do Filho de Deus lá em cima. Corre o risco de se perder nos
caminhos do demo na defesa das suas teses. Mas disso não tenho eu culpa, nem o
desculpabilizo por ter morrido e por ter sido inteligente e da inteligência lhe dar para a brutalidade e para o ataque aos que não se podem defender.
O que
não faltou na História da Humanidade foram pessoas inteligentes que em nada
contribuíram para a melhoria dos padrões de vida das pessoas. Pelo contrário.
Conduziram-nas à miséria e ao opróbrio. Não tenho razões nenhumas para lamentar
a morte de alguém que senti sempre como um inimigo do meu bem-estar social. E
de milhares de milhões de pessoas como eu. Não criou nenhum valor acrescentado
para melhorar o viver dos mais pobres. Não lamento a sua perda embora não a
desejasse. Preferia que tivesse ficado onde não molestasse ninguém.
2 comentários:
No livro "A Queda", Camus relata o caso da morte do porteiro do prédio em que morava nestes termos (+ ou -): "Era um verdadeiro estafermo, a maldade em pessoa, um monstro de insignificância e de rancor que faria perder a paciência a um franciscano".
Mas como morreu, a vizinhança já lhe descobria virtualidades e "Até nem era má pessoa". António Borges, para mim, era como porteiro do Camus, mas para pior. Usando a mesma linguagem directa que o caracterizava, apelidá-lo-ia, enquanto vivo, de asqueroso. Depois de morto não passa de um cadáver como todos os cadáveres.
farelhao Anonimo . acrescento eu !!!
que nome tao asqueroso para Pedra tao Magnifica !! Nao e' so' este morto, este anonimo pertence a seccao diferente mas com as suas boas vontades ? em vida andara' de brucos pelos seculos sem fim ate dar a' costa na rampa do cais do club naval de Cascais .
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada
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