terça-feira, setembro 30, 2014

INFORMADORES, VIGARISTAS E TRAFULHAS
Quando eu julgava que já tinha visto tudo, eis que de vez em quando sou surpreendido com coisas que julgava banidas da relação entre seres humanos dignos dessa condição.
Atravessei (atravessou uma grande parte dos portugueses) um período de quase 50 anos em que a condição humana foi colocada em causa por um punhado de gente espúria e indigna que utilizou métodos bárbaros para nos impedir de falar, ouvir, ler e pensar. Fomos escravizados em nome de um slogan de “amor pátrio# que só tinha a ver com a defesa dos interesses de uns quantos para se perpectuarem no poder. Para isso foram utilizados cárceres, torturas, informadores, delacções, polícias políticos, religião e medo. Era comum as pessoas serem presas por denúncias anónimas, por escreverem sonhos, relatarem experiências de vida sem muros nem cadeias.
Com o 25 de Abril chegou a esperança de um outro tempo mais rico de esperança e de sonhos.
E eis que agora ouço de novo falar de denúncias anónimas e um estado e um poder judicial empenhados em verificar os fundamentos dessas denúncias.

Defendi e defendo que quem se esconde atrás de uma denúncia anónima é trapaceiro, nojento e vigarista. Se fosse alguém com dignidade assumia de corpo inteiro o que denunciava, e enfrentava de cabeça levantada a descoberta da verdade sobre os factos que denunciava.
Mais defendo que todas as denúncias, cartas, email’s e outras formas de comunicação que se escudem no anonimato devem ser banidas. Apagadas. Esquecidas. Só caixote do lixo e a inceneração podem ser o seu destino. Tudo o que surgir em algum lugar coberto com a capa da denúncia anónima deverá ser incinerado definitivamente.
Não posso ser acusado de ser um adepto ou defensor do 1º Ministro deste país ridículo. Mas não aceito que ele (enquanto pessoa) seja submetido a este vexame sustentado por denúncias anónimas. Ouço ele ser acusado por ter demorado tempo a responder. Tenho para mim que ele nunca o deveria ter feito. No seu lugar faria um simples comunicado informando que me recusava a ser acusado do que quer que fosse na base de uma denúncia anónima. E, como agora é comum dizer-se, PONTO FINAL!

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