Por cá os referendos deixam sempre um sabor a azedo na boca. As pessoas não votam. Não utilizam esse instrumento determinante do governo do povo pelo povo e para o povo e no fim todos perdem.
Na Escócia vai a votos amanhã (5ª Feira) em referendo se esta deseja continuar como uma parte do Reino Unido ou se prefere a independência. Não se sabe nem se prevê o resultado desse referendo. Em sondagens pensa-se estar bem perto dos 50% os votos do SIM e os votos do NÃO.
Vota quem vive na escócia há mais de 4 anos. E os escoceses que vivem fora da escócia não poderão votar.
Os partidos ingleses juntaram-se todos para apelar ao voto NÃO dos escoceses. Prometem-lhes agora uma ampla autonomia que anteriormente (quando julgaram que a Escócia continuar no Reino Unido era um dado adquirido), dizia eu, foi sempre recusada.
Em
1966 (vão lá 48 anos) estava eu prestes a entrar para a tropa conheci em
Peniche um grupo de escoceses que aqui vieram praticar surf. Porque eles foram
os primeiros jovens de cabelo comprido que aqui apareceram (moda dos Beatles na
altura) o grupo dos “Novos Horizontes” entrevistou-os para a “Voz do Mar”.
Entre perguntas publicáveis e outras não, falamos dos sistemas políticos dos 2
países, Portugal com a sua ditadura do estado Novo e a Escócia integrada no
Reino Unido. Recordo que já nesse tempo aqueles jovens na casa dos 20 anos,
nutriam um ódio de estimação pela sua subordinação a Inglaterra. Partilhamos
sonhos e esperanças e trocámos endereços.
Eu
enviei-lhes o Jornal local com a entrevista que lhes fizemos e passado algum
tempo recebi enviado por um deles uma colectânea de Poesia de Língua Inglesa
que ainda conservo na minha prateleira dos livros insubstituíveis.
O
que eu desejo aqueles jovens de então é que o que acontecer com a escócia seja
o melhor dos caminhos para o seu desenvolvimento, para que o seu povo viva
feliz e, já agora que continuem a fabricar o melhor Whisky do Mundo.
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