quarta-feira, novembro 19, 2014

ANTHÍMIO DE AZEVEDO
Já muito se disse sobre o senhor que “mandava” no tempo como era genericamente conhecido por crianças e adultos iletrados da década de 60 do século XX.
Naquele tempo tínhamos também na TV o João Vilarett e o Vitorino Nemésio. Eu começava a descobrir pela mão do meu querido professor Carvalho de Lima na Machado de Castro o poder da palavra em Antero e Natália. Nessa altura comecei a olhar no mapa para aqueles pontinhos de onde vinham todos os anticiclones e a interrogar-me sobre o que ali acontecia que fazia tanto ao intelecto como o fermento ao pão.
Entre 1975 e 1977 eu estava como cooperante na república da Guiné-Bissau. Ao mesmo tempo que eu trabalhavam lá Jornalistas portugueses, um intelectual que viria a fazer parte do grupo de assessores de Mário Soares e Jorge Sampaio, e também reencontrei, pasme-se, o Sr. que fazia chover. Recordo-nos na pensão da D. Berta, na avenida principal de Bissau. Ali tudo se sabia da vida dos portugueses cooperantes. Ali se marcavam viagens ao interior da Guiné e se compravam recordações para trazer para as terras lusas. O sr. da chuva cooperante como eu, colaborava na criação do serviço meteorológico da Guiné-Bissau com o mesmo empenhamento com que diariamente nos falava na TV.

Com o seu desaparecimento é mais um pouco de mim que se estilhaça e desaparece para sempre.

 

 

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