segunda-feira, novembro 24, 2014

JOSÉ SÓCRATES
Irei procurar manter a serenidade enquanto alinhavar umas “escrevinhadelas” sobre este assunto. Quero começar por retomar aquilo que já há algum tempo aqui disse. Foi este senhor que me “obrigou” a desfiliar do PS. Não aceito que ele não tenho levado a referendo o Tratado de Lisboa. Tinha estabelecido esse compromisso e com uma ligeireza leviana recusou cumprir com esse compromisso que estabeleceu com os portugueses que nele votaram para 1º Ministro. Como pessoa também não me passa da garganta. Foi tão prepotente e insano que tudo dele me afastou. Como 1º Ministro foi tão mau como os piores. E isso faz parte da nossa incapacidade colectiva de escolher.
Posto isto quero dizer-vos que considero abominável a forma como foi tratado neste episódio rocambolesco da sua detenção.

Detenção incompreensível para mim, digam o que disserem. Inventem o que inventarem. Se ele regressou a Portugal era porque estava disponível para prestar as contas que lhe exigissem. Depois trata-se de alguém que foi 1º Ministro de Portugal. E que merece ser considerado inocente até prova em contrário. O que fizeram, o que a Justiça portuguesa fez, foi condená-lo na praça pública com esta detenção apalhaçada.
Fazê-lo desta forma foi a forma escolhida por quem deu a ordem, para conseguir a sua humilhação pública talvez pensando que era essa a forma de vencer as suas defesas. Quem o fez prestou um mau serviço à Justiça e a Portugal. Se o objectivo era achincalhar-nos a todos nós foi conseguido em pleno.
O que foi conseguido por este processo kafkiano só o tempo poderá avaliar devidamente mas cá por mim não auguro nada de bom.

E depois onde a autoridade moral de quem tomou esta atitude e não a tomou com Salazares e Caetanos, Com Tomazes e Silvas Pais, com Moreiras Batistas e PIDES e seus informantes, alguns deles com as mãos manchadas de crimes de sangue.
Tenho dificuldade em perceber a Justiça Portuguesa. Não me digam que a Justiça é igual para todos. Não é! Não é quando se põe em causa a presunção de inocência de alguém. Ninguém pode ser beneficiado na Justiça porque é rico ou poderoso. Mas também ninguém pode ser prejudicado por o ser. Este justicialismo à portuguesa faz parte da nossa condenação.
E do meu desespero e indignação.   

2 comentários:

magda disse...

Zé Maria
Também nunca consegui engolir o homem por razões diversas, mas uma prisão apalhaçada desta maneira é completamente describilizante para a justiça. É condenar na praça pública o que é realmente inadmissível.

Farelhão disse...

Tal e qual como no tempo da outra senhora, há que ter medo da (in)justiça que por cá se faz. Uma instituição que deveria transmitir segurança aos cidadãos cumpridores, provoca o sentimento oposto.
Uma vergonha.