quarta-feira, junho 17, 2015

PENICHE DE OUTRAS ERAS... E NÃO SÓ
Deu-me um ataque de nostalgia. Ou de revivalismo. Coisas que nos dias de hoje são tidas por inconsequentes e pouco merecedoras de atenção. Coisas de velhos, dirão.
Acredito que sim. Sou dado por mim de vez em quando a pensar em coisas que noutros tempos não mereceriam 1seg da minha atenção. Mas a verdade é que sobretudo a morte (que confesso, me assusta) me visita por interposta pessoa. Agora foi a vez do Tóino Minó. Meu colega de escola na primária e no ciclo. Dos velhos tempos da Ribeira à noite quantos não desapareceram já…
Ao pensar nisto alarguei a linha orientadora dos meus pensamentos e recordei as histórias que o meu pai contava dos tempos de Peniche de outras eras. O primeiro automóvel (tanto quanto me recordo do pai do Luís Correia), do primeiro rádio (em casa do Sr. José Acúrsio), dos primeiros barcos a motor.
Na reparação de motores dos barcos iniciou-se o meu pai como mecânico. Aí está para o comprovar uma foto da ribeira dos anos 30 do sec XX  onde ele figura no canto inferior esq com um motor ao ombro.
Hoje vemos milhares de carros em Peniche e nem nos apercebemos do tempo em que a sua existência se contava pelos dedos das mãos. Nem por isso os penicheiros deixaram de conhecer meio mundo. Sempre havia a Marinha e o Exército. E a imigração.
E alguns tempos depois quando o dinheiro não abundava e não existiam Fundo de Desemprego e Segurança Social, mesmo assim algumas poupanças davam para as peregrinações a Fátima organizadas pelo Sr. Prior e nós ficávamos a ver quantas camionetas passavam naquele ano.

Na altura do defeso ou no verão alguns e algumas mais sortudas acabavam por se inscrever e participar nas excursões do Zé Antão. Assim ficaram a conhecer o algarve, a Serra da Estrela e o Norte do País. Claro que acompanhar as deslocações do GDP fazia parte dos nossos domingos.
Digamos que o Zé Antão possibilitou a milhares de penicheiros conhecer um país que de outra forma lhes ficaria interdito. Os carros para sair daqui eram os do João Henriques ou dos Capristanos. Para além disso só as excursões do Zé Antão. Automóveis particulares eram uma raridade.
Ao primeiro dos organizadores das viagens de Turismo que aqui conhecemos em Peniche ainda não foi feita justiça. Não existe um beco, ou uma praceta, ou uma viela com o seu nome. E no entanto foi ele aqui na nossa terra o primeiro a abrir-nos janelas para o mundo, num tempo de silêncio e de escuridão.  

PS: in “Revista Sábado”

PENICHE É A SEGUNDA MELHOR PRAIA DA EUROPA
O segundo lugar no pódio. A praia de Peniche, na região Oeste de Portugal, foi escolhida para a segunda melhor praia da Europa de 2015. Segundo o Lonely Planet, o maior guia de viagens do mundo, as areias de Peniche são apenas batidas pela Jaz Beach, na cidade costeira de Montenegro, Budva. Em terceiro lugar, ficou Rondinara, na Córsega francesa.

Caso ainda não tenha marcado as suas férias, aqui segue a lista do top 10 para se inspirer.

1. Jaz Beach, Montenegro

2. Peniche, Portugal

3. Rondinara Beach, Córsega, França

4. Cale Goloritze, Sardenha, Itália

5. Vik Beach, Islândia

6. Bantham Beach, Inglaterra

7. Sandwood Bay, Escócia

8. Cala Macarella, Menorca, Espanha
 
9. Voutoumi, Antipaxi, Grécia
 
10. Curonian Spit, Lituânia
 
 

 

1 comentário:

Violante Cardeira disse...


fiquei triste com a morte do Antonio Minó, meu amigo de infância, de muitas brincadeiras e vizinhos da mesma rua.

Onde quer que estejas obrigado pelos bons momentos que em criança nos fazias passar com a tua boa disposição

Obrigado Zé Maria pelo teu blog, onde vou sabendo notícias da minha terra.

Um abraço Violante