LISBOA
Todos os
que tiveram a felicidade de ver Lisboa do ar.
Todos os
que foram surpreendidos com Lisboa subindo o Tejo de barco.
Todos os
que se deliciaram atravessando o rio por qualquer das pontes e viram a margem
por onde se estende Lisboa.
Todos esses
(nos quais me incluo) são seres privilegiados pois é-lhes dado a conhecer uma
das maravilhas naturais que tornam o nosso país impar.
Faltava-me
a visão de Lisboa da margem sul de um local em que pudesse vê-la estendendo-se
em plenitude. Quem já visitou o Cristo-Rei conseguiu essa vista de forma lena.
Eu só agora consegui esse efeito. E embora o dia tenha acordado sobre um manto
de nevoeiro, deu para perceber o todo o imenso sentimento de esperança que
podemos sonhar para nós e para o nosso país.
E
faltava-me essa perspectiva à noite. Somos pequeninos perante o mar de luzes
que se esbate à nossa frente. Lisboa torna-se um Presépio para os nossos
corações. Compreendemos aqui melhor o desejo de ir mais longe que levou os
portugueses às cinco partidas do mundo. Compreendemos também aqui o Fado,
canção que refleste em plenitude a alma do povo português.
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