segunda-feira, dezembro 19, 2016


APROXIMA-SE O ANO DE 2017. ANO DE ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

Coisas importantes de saber...

        Em ano de eleições autárquicas (a que damos particular importância), não podemos deixar de apresentar alguns aspectos importantes, para o desempenho com êxito de funções políticas/públicas.

        São coisas óbvias quando vistas uma a uma. O importante é conseguir o pleno. Esperamos que com estes conselhos o nosso contributo possa ser útil aos menos avisados.

1º - Aplaudir sempre o chefe. Mesmo que não ouçamos ou não percebamos o que ele diz. Ou mesmo quando ele não diz nada. Dizer que sim com a cabeça, (muitas vezes), alguém há-de reparar nisso. Aplaudir sempre.

2º - Discordar com os que se opõem ao chefe. Dizer que não com a cabeça, torcer os olhos, fazer esgares com a boca. Proibido aplaudir. Mesmo que o opositor tenha razão. Ninguém tem razão quando discorda do chefe. Vade retro Satanás.

3º - Só dar confiança política e pessoal aos ajudantes. Sejam eles nomeados, destacados ou requisitados. Se se portarem mal, podem ser despedidos com “uma perna às costas”. Os eleitos e os que ocupam cargos por concurso público são SEMPRE um perigo porque se julgam independentes da obediência ao chefe.

4º - NUNCA, mas mesmo nunca, dizer tudo o que se sabe. Quem não souber não pode fazer ondas. Quem souber o minimamente indispensável estará sempre de acordo. E assim também se poderá dizer que não se mentiu. Há coisas que é melhor os subordinados não saberem. Saber muita coisa poderia perturbar o seu raciocínio e retirar-lhes capacidades para o que verdadeiramente devem fazer: - Servir. 

5º - Usar fato e gravata. De preferência diferentes todos os dias. Para ser um pouco mais barato, podem trocar-se as calças de um fato, com o casaco de outro. Muitas gravatas ajudam a que não se perceba que o fato é o mesmo. Em dias em que haja só público para atender, pode usar-se blusão. Em mangas de camisa também dá um certo ar. Mas só quando não houver pares e iguais e NUNCA usar peúgas brancas. É piroso e as pessoas reparam. 

6º - Fazer esperar sempre as pessoas. E ter muitos papéis sempre à volta. E atender ao mesmo tempo os telefones fixos e móvel. Um ar atarefado dá sempre a ideia que se é imprescindível. As pessoas gostam de ver que quem exerce funções trabalha muito. Ao telefone quando se fala com um superior dizer, “sim senhor fulano de tal”. Se é um igual dizer, “olá meu caro”. Se é um inferior dizer, “agora não posso atender, estou em reunião”.

7º - Quando se chega a qualquer lado, cumprimentar toda a gente com um aperto de mão. Com um ar apressado. Por um lado parecemos afáveis e por outro lado evita ter que se dizer o que quer que seja. É popular, mas evita contactos mais íntimos. Social sim senhor, mas qb.

8º - Nunca dizer que não. FUNDAMENTAL. Mesmo que se saiba que não pode ser. Adia-se o não final até ao limite. Quanto mais tempo melhor. E se possível um ajudante que o diga, com o pretexto de que se está ocupado. E também nunca dizer que SIM. Convém que os outros não saibam que o que pedem é fácil de conseguir. Sempre valoriza a decisão final. E sempre dá aos outros a ideia de que se foi dedicado e interessado pela sua causa. Dá um certo ar de que muito se lutou para conseguir o pretendido. E na altura do Natal rende.

9º - Nunca faltar a um almoço ou a um jantar. E comer bem em todos eles. Mesmo que se tenha que ir a dois almoços e a três jantares. Primeiro porque é importante que as pessoas pensem que se gosta muito, mesmo que a comida seja intragável. Depois porque torna a pessoa popular ou importante. Ambas as coisas são necessárias.

10º - Nunca delegar nada em ninguém. Quem exerce funções deve ser o único a saber tudo, a dizer o que aprouver, e a escutar o que é necessário. EU, EU, e EU, sempre. O melhor conselheiro de quem manda é ele próprio. Não confiar em ninguém. Há sempre alguém a querer ocupar o lugar. Fechar portas. Colocar password para entrar no PC pessoal.

 

        De propósito não falamos das coisas óbvias. Das obras e inaugurações em ano de eleições. Dos alcatroamentos. Dos arruamentos que se alteram mesmo que seja para pior. E sempre em zonas centrais da sede de concelho. Para serem bem visíveis. Dos subsídios. Da participação em eventos e manifestações desportivas, culturais e outras. Dos aparecimentos ainda que fugazes nas TVs. No ser notícia em jornais e rádios. Estas são as coisas que todos sabem.

Ser CHEFE é ser chefe.

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