APROXIMA-SE
O ANO DE 2017. ANO
DE ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
Coisas
importantes de saber...
Em ano de eleições autárquicas (a que damos
particular importância), não podemos deixar de apresentar alguns aspectos
importantes, para o desempenho com êxito de funções políticas/públicas.
São coisas óbvias quando vistas uma a
uma. O importante é conseguir o pleno. Esperamos que com estes conselhos o
nosso contributo possa ser útil aos menos avisados.
1º
- Aplaudir sempre o chefe. Mesmo que não ouçamos ou não percebamos o que ele
diz. Ou mesmo quando ele não diz nada. Dizer que sim com a cabeça, (muitas
vezes), alguém há-de reparar nisso. Aplaudir sempre.
2º
- Discordar com os que se opõem ao chefe. Dizer que não com a cabeça, torcer os
olhos, fazer esgares com a boca. Proibido aplaudir. Mesmo que o opositor tenha
razão. Ninguém tem razão quando discorda do chefe. Vade retro Satanás.
3º
- Só dar confiança política e pessoal aos ajudantes. Sejam eles
nomeados, destacados ou requisitados. Se se portarem mal, podem ser despedidos
com “uma perna às costas”. Os eleitos e os que ocupam cargos por concurso
público são SEMPRE um perigo porque se julgam independentes da obediência ao
chefe.
4º
- NUNCA, mas mesmo nunca, dizer tudo o que se sabe. Quem não souber não pode
fazer ondas. Quem souber o minimamente indispensável estará sempre de acordo. E
assim também se poderá dizer que não se mentiu. Há coisas que é melhor os
subordinados não saberem. Saber muita coisa poderia perturbar o seu raciocínio
e retirar-lhes capacidades para o que verdadeiramente devem fazer: - Servir.
5º
- Usar fato e gravata. De preferência diferentes todos os dias. Para ser um
pouco mais barato, podem trocar-se as calças de um fato, com o casaco de outro.
Muitas gravatas ajudam a que não se perceba que o fato é o mesmo. Em dias em
que haja só público para atender, pode usar-se blusão. Em mangas de camisa
também dá um certo ar. Mas só quando não houver pares e iguais e NUNCA usar
peúgas brancas. É piroso e as pessoas reparam.
6º
- Fazer esperar sempre as pessoas. E ter muitos papéis sempre à volta. E
atender ao mesmo tempo os telefones fixos e móvel. Um ar atarefado dá sempre a
ideia que se é imprescindível. As pessoas gostam de ver que quem exerce funções
trabalha muito. Ao telefone quando se fala com um superior dizer, “sim senhor
fulano de tal”. Se é um igual dizer, “olá meu caro”. Se é um inferior dizer,
“agora não posso atender, estou em reunião”.
7º
- Quando se chega a qualquer lado, cumprimentar toda a gente com um aperto de
mão. Com um ar apressado. Por um lado parecemos afáveis e por outro lado evita
ter que se dizer o que quer que seja. É popular, mas evita contactos mais
íntimos. Social sim senhor, mas qb.
8º
- Nunca dizer que não. FUNDAMENTAL. Mesmo que se saiba que não pode ser.
Adia-se o não final até ao limite. Quanto mais tempo melhor. E se possível um
ajudante que o diga, com o pretexto de que se está ocupado. E também nunca
dizer que SIM. Convém que os outros não saibam que o que pedem é fácil de
conseguir. Sempre valoriza a decisão final. E sempre dá aos outros a ideia de
que se foi dedicado e interessado pela sua causa. Dá um certo ar de que muito
se lutou para conseguir o pretendido. E na altura do Natal rende.
9º
- Nunca faltar a um almoço ou a um jantar. E comer bem em todos eles. Mesmo que
se tenha que ir a dois almoços e a três jantares. Primeiro porque é importante
que as pessoas pensem que se gosta muito, mesmo que a comida seja intragável.
Depois porque torna a pessoa popular ou importante. Ambas as coisas são
necessárias.
10º
- Nunca delegar nada em ninguém. Quem exerce funções deve ser o único a saber
tudo, a dizer o que aprouver, e a escutar o que é necessário. EU, EU, e EU,
sempre. O melhor conselheiro de quem manda é ele próprio. Não confiar em
ninguém. Há sempre alguém a querer ocupar o lugar. Fechar portas. Colocar
password para entrar no PC pessoal.
De propósito não falamos das coisas
óbvias. Das obras e inaugurações em ano de eleições. Dos alcatroamentos. Dos
arruamentos que se alteram mesmo que seja para pior. E sempre em zonas centrais
da sede de concelho. Para serem bem visíveis. Dos subsídios. Da participação em
eventos e manifestações desportivas, culturais e outras. Dos aparecimentos
ainda que fugazes nas TVs. No ser notícia em jornais e rádios. Estas são as
coisas que todos sabem.
Ser
CHEFE é ser chefe.
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