VAMOS
“CERZIR” IDEIAS
Já
passou tempo sobre o “Dia da Rendilheira” e já outra se estará a preparar
(ainda mais festivaleiro dado tratar-se de ano de eleições) mas o assunto não
parece esgotado.
Um
dos elementos que enobrece esses festejos é o Concurso das Rendas de Bilros. Mas
passados tantos anos desde o seu início terão de se encontrar fórmulas para o
melhorar substantivamente ou, as Grandes Rendilheiras que ainda vão
subsistindo, desoladas irão desistindo de participar dando a este concurso um
cariz de fios e de nós sem a qualidade e o exercício de estilo de outros
tempos.
Sabemos
todos como se desenvolve a produção das Rendas de Bilros:
O desenho
Antigamente
com os cursos de Lavores e de Formação Feminina o Desenho era uma disciplina em
qua algumas escolas regionalmente ou mesmo em alguns países, desenvolviam um ensino
artístico que conduzia depois às tapeçarias, aos bordados ou ainda às rendas
genericamente falando.
O cartão
Desenvolvido
artesanalmente e que servia de suporte com o auxílio de um vegetal e de um
químico à passagem decalcada do desenho. A textura do cartão, a cor e
capacidade de receber a tinta sem descolorir ou borratar, era uma regra de ouro
na sua eleboração.
Picar
Seguia-se
a picagem do cartão em pontos pré-definidos do desenho onde os alfinetes seriam
colocados para servirem de suporte às linhas com que a renda é tecida.
Rendilhar
O
acto de produzir a renda de bilros.
Cerzir
O
acto de coser os extremos da renda (sempre que seja esse o caso) para lhe
conferir unidade.
Este
o conjunto de actos sem os quais as rendas de bilros não são possíveis. Uma
escola de Rendas de Bilros deve ter como suporte estes elementos.
O
concurso de Rendas de Bilros deve tê-los em conta.
Ora
a Escola de Rendas de bilros da CMP é um completo logro nesta matéria.
Não
produz desenhos inovadores.
Produz
cartões que se descoloram passando a tinta para as linhas.
Propõe-se
a executar cerziduras com linhas de diferentes diâmetros da linha utilizada na
renda conduzindo a remates que mais parecem amarrações de barcos.
Isso
não seria grave se não fosse a CMP responsável pela atribuição do selo de
qualidade das Rendas de Bilros.
Em
relação a estas 2 últimas situações não seria grande o mal se não aceitassem
trabalhos que posteriormente fossem postos a concurso, perdendo-se algumas
rendas que à partida constituíam autênticas obras de arte.
Começar
por corrigir o que está menos bem na Escola de Rendas de Bilros da Câmara
Municipal de Peniche. Consultar para isso as pessoas entendidas na matéria e
nomear alguém de reputação inquestionável nesta área para dirigir e dinamizar a
sua actividade.
Depois
colocar em questão toda a organização do Dia da Rendilheira tornando-o num
espaço das rendilheiras e não de quem as utiliza em proveito próprio.
Partir
para a acção. Desde logo reconhecendo que a figura central de toda essa acção é a rendilheira, sem a qual nada existirá para mostrar.
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