segunda-feira, janeiro 30, 2017


LEI nº 7/88

de 1 de Fevereiro

Elevação de Peniche a cidade

Dentro de 2 dias perfazem 29 anos que a vila de Peniche foi guindada à categoria de cidade. Éramos uma das grandes vilas de Portugal. Somos um “nicozinho” de cidade.

O que foi que ser cidade trouxe como valor acrescentado? Afinal a nossa expansão só pode ser para Oeste e aí está o Atlântico que está comprometido pela política de pescas a que a União Europeia nos condenou. Até ao dia em que só reste o Brasil do outro lado para visitar. Afinal também temos um bocadinho de mouros.

 

ÉS MUÇULMANO? – Não entras!

Os Trumpeteiros atingem objectivos simplórios porque rodeiam-se de causas simples para advogar as suas razões espúrias e demagógicas. Tornam-nos então filhos da pouca-vergonha.

Leio que são diminuídos os valores defendidos pelos países do sul da europa e que isso nada vale para quem perdeu todo o sentido de humildade, na oposição a um governo validado pelo Parlamento português. Na pequenez de uma vila feita cidade por vaidade pessoal de já ninguém sabe quem, assistimos impávidos ao dealbar de uma nova ordem mundial em que ser estrangeiro é um anátema. Ser muçulmano é um crime. Ser mulher uma razão para ser violentado.

A maior nação do mundo deixou de ser um farol de Paz e Segurança para se tornar uma fonte de desgraças e morte.

O ser humano deixou de ser uma entidade para passar a ser uma aberração desde que não seja norte-americano.

Pequeninos e desajeitados aguardamos com o credo na boca que as bênçãos de nossa senhora de fátima nos livrem do mal. Amen.     

sábado, janeiro 28, 2017


ACIDENTE DE TRABALHO - Participação de sinistro

Exmos. Senhores:

Sou assentador de tijolos. No dia 8 do passado mês de Junho estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício de 6 andares. Quando acabei o meu trabalho, verifiquei que tinham sobrado mais ou menos 250 kg de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo, decidi colocá-los num bidão e com a ajuda de uma roldana, a qual felizmente estava fixada num dos lados do edifício no 6o andar, fazê-los descer.

Desci e atei o bidão com uma corda, fui para o telhado, puxei o bidão para cima e coloquei os tijolos dentro. Voltei para baixo, desatei a corda e segurei-a com forca de modo a que os 250 kg de tijolos descessem devagar. Como eu só peso 80 kg, qual não foi a minha surpresa quando repentinamente saltei do chão, perdi a minha presença de espirito e esqueci-me de largar a corda. É desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Na proximidade do 3o andar, embati no bidão que vinha a descer, isto explica a fractura no crâneo e a clavícula partida.

Continuei a subir a uma velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até os meus dedos estarem entalados na roldana. Felizmente já tinha recuperado a minha presença de espirito e consegui agarrar-me à corda. Mais ou menos ao mesmo tempo, o bidão com os tijolos caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem tijolos, o bidão pesava mais ou menos 25 kg. Como podem imaginar, comecei a descer rapidamente. Próximo do 3o andar encontrei o bidão que vinha a subir, o que explica a fractura nos tornozelos e as lacerações nas pernas, bem como na parte inferior do corpo. O encontro com o bidão diminuiu a minha velocidade de descida o suficiente para minimizar os meus sofrimentos quando cai em cima dos tijolos. Felizmente só fracturei 3 vértebras. Lamento no entanto informar que, quando me encontrava em cima dos tijolos, com dores, incapacitado de me levantar, e a ver o bidão lá em cima, perdi novamente a presença de espirito e larguei a corda. Obviamente que o bidão pesa mais que a corda, então este desceu, caindo em cima das minhas pernas e partindo-se imediatamente, bem como as minhas pernas.

Espero ter dado a informação detalhada de como ocorreu o acidente
 

quinta-feira, janeiro 26, 2017


O QUE NOS DIZEM…

“Francisco Sá Carneiro e, a propósito da singular posição do PSD na votação da redução da TSU, afirmar que “a política sem risco é uma chatice, sem ética é uma vergonha”. Ignoro se Sá Carneiro alguma vez produziu um pensamento semelhante. Porém, e nestas particulares circunstâncias, “se non è vero, è ben trovato”. E esse é o problema do PSD. Enredou-se numa teia de factos alternativos num tempo da já insuportável ideia da pós-verdade. Corre agora o risco de cair num mundo distópico, em que a verdade de ontem pode ou não ser a verdade de hoje. Depende das oportunidades e das conveniências.”

Valdemar Cruz, Jornalista

In “Expresso Curto” de 26 de Janeiro de 2017-01-26

 

“Distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa"[1]. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.

Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.”

In Wikipédia

Sou um leitor assíduo do jornal online “Expresso Curto”. Por algumas vezes respingo notícias que leio e que considero interessantes para vos dar a conhecer. Ao ler desta vez uma opinião de Valdemar Cruz sobre o que terá (ou não) acontecido com a célebre TSU a certa altura dei com o parágrafo com que inicio esta crónica de hoje.

Eu sei que a truncagem de um artigo pode torna-lo de difícil compreensão. Mas penso que aqui não é o caso. Eu sou um leitor comum. E a expressão mundo distópico atrapalhou-me. Fui à Wikipédia buscar elementos para não correr o risco de perceber mal a ideia. E foi aqui que fui surpreendido com as razões que levam os populistas a ganhar eleições. Utilizam as redes sociais onde por símbolos e abreviaturas são de fácil compreensão. Não interessa se dizem a verdade. Mas são simples de ler e não nos obrigam a buscas. É que o tempo é pouco para o muito (ou nada) que temos de fazer. Mas queremos ser senhores do tempo. E que raio o tempo de escola já lá vai. Porque nos obrigam a pensar? A gente quer é dizer o que nos aprouver e ir à vida. O resto são coisas dos políticos e dos escritores.

   

 

quarta-feira, janeiro 25, 2017


O HOMEM DE KIEV

Até hoje um dos filmes que mais me impressionou e ajudou a criar uma mentalidade de esquerda e de desafio ao poder, foi o filme de 1968 com o título supra.

Neste filme conta-se a história de um homem a quem tudo é tirado. A família, a casa e como final a própria dignidade. Quando ele se apercebe que já nada lhe resta, ergue-se e assume a sua verticalidade como Homem. Combate de forma irrepetível contra a tirania.

É esse filme que fui buscar ao Youtube que vos trago com amizade e carinho:

terça-feira, janeiro 24, 2017


PAÍS...

País de azulejos partidos

de erva trepando entre paredes em ruína

País entrgue à sua sina

sem olhos e sem ouvidos

 

País voraz ruminando o almoço

rindo ou chorando incapaz de sorrir

País de corpo aberto a quem está a seguir

País do rastejar entre a pele e o osso

 

Pulinhos para trás e para a frente

de polegar na cava do colete

foguetes procissões uns copos de palhete

país da pequenez de si mesma contente

 

País indiferente aos que dão por ele a vida

País herói se não há perigo em sê-lo

País de velhos do Restelo

dando à mão baixa perto e consentida

 

País que tudo quer e nada quer tudo suporta

País do faz como vires fazer

País do quero lá saber

do quem vier depois que feche a porta

                        Mário Dionísio

                                   In “Terceira Idade”, 1982

 

segunda-feira, janeiro 23, 2017


TRUMP=TRAMP_?

Nos últimos dias temos ouvido até à exaustão termos que surgem agora proliferamente utilizados pelos média e que até há pouco tempo não nos diziam nada: globalização, proteccionismo, neoliberalismo, Estado-Nação, América first, pós-verdade, factos alternativos, muros, e mais uns quantos que a memória me faz escapar. Tudo isto a propósito das trumpadas e dos seus efeitos.

Quero assinalar aqui e agora que não é discutível para mim a legitimidade democrática da vitória do actual presidente dos EUA. O que aconteceu até tornar isso possível é que é espantoso. Lá como  nesta europa que mais parece o reino dos absurdos o que está a acontecer só é possível porque os que se dedicam à politica falam para si e para os seus comparsas. A linguagem que é deles. No país real não se fala assim. No meu barbeiro, nos cafés que frequento, na Ribeira, no super, a linguagem é outra. Terra-a-terra. Que todos compreendem. É uma linguagem de quem se está borrifando para o acordo ortográfico. E os poucos que vão votar é essa linguagem que utilizam. E então os trumps ganham. E como sabem que ganharam não necessitam de mudar o discurso. Alguns dizem que são de direita. Outros apelidam-nos de liberais. Outros ainda chamam-lhes populistas.

Mas a verdade é que os trumps são extraordinariamente inteligentes e dizem às pessoas aquilo que a pessoa comum e votante quer ouvir. Os burros somos nós.   

sábado, janeiro 21, 2017


QUEM É POBRE TEM DIFICULDADE EM VIVER RICO E FARTO DE COISAS BOAS
...é MELHOR CONTINUAR NA "CARIDADEZINHA"

Um pobre estava, à porta de um restaurante de luxo a pedir esmola. Como iam saindo uns clientes muito bem vestidos e de charuto na boca pediu:
- Dêem-me qualquer coisinha... por amor de Deus.
Um dos homens perguntou-lhe:
- Em vez de dinheiro... não ia agora bem uma sopinha?
- Se ia... respondeu o pobre.
- E um bom bife? voltou a perguntar o homem.
- Oh... um bom bife... respondeu o pobre, já com água na boca.
- E um bom vinho para acompanhar... e uns doces para acabar... com um café e um bom whisky para finalizar? voltou a perguntar o homem.
O pobre já nem respondia com tanta água na boca... O homem perguntou-lhe ainda:
- E depois disto que tal uma das meninas que actuam ali no clube da frente?
O pobre... em suprema fraqueza, e depois de ouvir falar de tantas iguarias, desmaiou.
Ah, vocês já viram isto, diz o homem para os amigos que o acompanhavam: este tipo fartou-se de comer, foi-se meter com uma menina e deu-lhe logo uma congestão...

 

sexta-feira, janeiro 20, 2017

20 de Janeiro
DIA DE S. SEBASTIÃO
uma homenagem ao patrono da minha freguesia de nascimento
                                                     Marco Palmezzano

terça-feira, janeiro 17, 2017


ESTAMOS AQUI

Nestes dias em que nada parece fazer sentido sabe bem ler um poema. E se escrito por um dos grandes poetas do século XX (David Mourão Ferreira), tão ouvido e tão pouco lido, ainda saberá melhor.

Vale a pena acreditar o que vivemos e no que aprendemos. Vale a pena ter um lar, amar e ser amado. O Tempo não é uma simples metáfora e existirmos confere ao Universo um equilíbrio que nada nem ninguém poderão por em causa. 

E por Vezes

E por vezes as noites duram meses 
E por vezes os meses oceanos
 
E por vezes os braços que apertamos
 
nunca mais são os mesmos    E por vezes
 

encontramos de nós em poucos meses
 
o que a noite nos fez em muitos anos
 
E por vezes fingimos que lembramos
 
E por vezes lembramos que por vezes
 

ao tomarmos o gosto aos oceanos
 
só o sarro das noites      não dos meses
 
lá no fundo dos copos encontramos
 

E por vezes sorrimos ou choramos
 
E por vezes por vezes ah por vezes
 
num segundo se evolam tantos anos
 

David Mourão-FerreiraFerreira, in 'Matura Idade'
 

 

 

segunda-feira, janeiro 16, 2017


É TEMPO DE AFECTOS

“Quando os miúdos são acarinhados, quando em pequenos têm alguém por trás deles que os apoia, que lhes faz as vontades, que os ensina, tornam-se autoconfiantes.”

Mário Soares

 

Foi um tempo de muito falar de Mário Soares. Das suas virtudes e dos seus defeitos. Das suas vitórias e das suas derrotas. De tudo o que li entre outras retenho a frase que dá mote à crónica de hoje.

Por razões pessoais confesso. Porque sou professor, alguns dizem-me que estou aposentado. Eu só sei que isso é verdade porque não tenho de ir à escola cumprir um horário. Mas sou e sinto-me professor. A minha profissão foi aquilo que de melhor a vida me deu. Fiz da minha profissão um roteiro de andanças em que aprendi o que é ser tolerante e português. Claro que tive “chatices” com alunos. Claro que existiram alunos de quem não gostei. Claro que fui injusto com alguns. Mas por isso e apesar disso sinto-me em paz comigo mesmo. Porque também existiu o reverso da medalha. E gostei do que fiz porque sim. Espalhei amizade e afectos pela generalidade dos meus alunos. E se hoje me é difícil reconhecer muitos deles, também é verdade que alguns dos meus melhores amigos foram alunos meus.

Sempre defendi os afectos como a melhor forma de contribuir para a educação. Tempos houve em que se entendia que só uma educação tipo espartana poderia conduzir a resultados de sucesso. Eu fui desde sempre contra esta corrente pedagógica. Tal como combati energicamente os que entendiam que todos os alunos são iguais e devem ser tratados da mesma forma. Isso é mentira. Todas as crianças são diferentes desde o acto de nascer até ao seu desenvolvimento. E mesmo depois disso.

Entende que uma educação de afectos e de responsabilização é o único caminho para uma pedagogia de sucesso. Só assim será possível ser livre e criar os caninhos de liberdade do Outro. 

sábado, janeiro 14, 2017


TINHA TUDO...

Pois é...

Tinha tudo...

Estava esta manhã sentado ao lado de um sem abrigo, quando ele me disse:
 - A semana passada, ainda tinha tudo!
-Um cozinheiro para as refeições,
-O meu quarto estava limpo,
-As minhas roupas lavadas e passadas,
-Tinha um teto sobre a cabeça,
-TV, Internet, ia à Sala de Desportos, à Piscina, à Biblioteca,
-Podia ainda Estudar...


Perguntei-lhe:
- O que é que se passou ? Droga ? Álcool ? Mulheres ? Jogo ?


 
- Não, não... saí da prisão!

 

sexta-feira, janeiro 13, 2017


VAMOS “CERZIR” IDEIAS

Já passou tempo sobre o “Dia da Rendilheira” e já outra se estará a preparar (ainda mais festivaleiro dado tratar-se de ano de eleições) mas o assunto não parece esgotado.

Um dos elementos que enobrece esses festejos é o Concurso das Rendas de Bilros. Mas passados tantos anos desde o seu início terão de se encontrar fórmulas para o melhorar substantivamente ou, as Grandes Rendilheiras que ainda vão subsistindo, desoladas irão desistindo de participar dando a este concurso um cariz de fios e de nós sem a qualidade e o exercício de estilo de outros tempos.

Sabemos todos como se desenvolve a produção das Rendas de Bilros:

O desenho

Antigamente com os cursos de Lavores e de Formação Feminina o Desenho era uma disciplina em qua algumas escolas regionalmente ou mesmo em alguns países, desenvolviam um ensino artístico que conduzia depois às tapeçarias, aos bordados ou ainda às rendas genericamente falando.

O cartão

Desenvolvido artesanalmente e que servia de suporte com o auxílio de um vegetal e de um químico à passagem decalcada do desenho. A textura do cartão, a cor e capacidade de receber a tinta sem descolorir ou borratar, era uma regra de ouro na sua eleboração.

Picar

Seguia-se a picagem do cartão em pontos pré-definidos do desenho onde os alfinetes seriam colocados para servirem de suporte às linhas com que a renda é tecida.

Rendilhar

O acto de produzir a renda de bilros.

Cerzir

O acto de coser os extremos da renda (sempre que seja esse o caso) para lhe conferir unidade.

 

Este o conjunto de actos sem os quais as rendas de bilros não são possíveis. Uma escola de Rendas de Bilros deve ter como suporte estes elementos.

O concurso de Rendas de Bilros deve tê-los em conta.

Ora a Escola de Rendas de bilros da CMP é um completo logro nesta matéria.

Não produz desenhos inovadores.

Produz cartões que se descoloram passando a tinta para as linhas.

Propõe-se a executar cerziduras com linhas de diferentes diâmetros da linha utilizada na renda conduzindo a remates que mais parecem amarrações de barcos.

Isso não seria grave se não fosse a CMP responsável pela atribuição do selo de qualidade das Rendas de Bilros.

Em relação a estas 2 últimas situações não seria grande o mal se não aceitassem trabalhos que posteriormente fossem postos a concurso, perdendo-se algumas rendas que à partida constituíam autênticas obras de arte.

 

Começar por corrigir o que está menos bem na Escola de Rendas de Bilros da Câmara Municipal de Peniche. Consultar para isso as pessoas entendidas na matéria e nomear alguém de reputação inquestionável nesta área para dirigir e dinamizar a sua actividade.

Depois colocar em questão toda a organização do Dia da Rendilheira tornando-o num espaço das rendilheiras e não de quem as utiliza em proveito próprio.

Partir para a acção. Desde logo reconhecendo que a figura central de toda essa acção é a rendilheira, sem a qual nada existirá para mostrar.

 

 

quinta-feira, janeiro 12, 2017

RENDAS DE BILROS
Nisto eu acredito...
...e nisto também



terça-feira, janeiro 10, 2017


PENSAMENTOS QUE DEFINEM OS DIAS DE HOJE

O caderno “P2” do jornal “PÚBLICO” de domingo último dia 8 de Janeiro, surge com uma série de pensamentos de autores sobre os mais diversos temas que me pare que deve ser minha obrigação partilhar convosco.

Num tempo de pós-verdade em que os valores passam a segundo plano, face a fraseados anónimos ou não, carregados de ódios e atitudes de retaliação e de raiva perante a vida e os desencantos próprios, sabe bem ler e pensar em perspectivas carregadas de ideologia e de esperança. Natália Correia escreveu num poema que “a poesia é para comer”. Eu trago-vos este fantástico manjar de palavras e frases (subtítulos) para que delas nos alimentemos:

“- O que vai mesmo estar em causa é a defesa da democracia liberal”

Marina Costa Lobo

“- A própria ideia de progresso, de fazer sentido pensar em algo como a ‘humanidade’ está em causa”

João Constâncio

“- Os EUA têm uma cultura anti-intelectual”

Richard Zimler

“- O medo do outro é o resultado de políticas concertadas e activas no sentido de o estimular”

Eduardo Paz Ferreira

“- O problema é olhar para o outro como aquela gente que é etnicamente diferente, que me vai tirar o emprego, que vai pôr uma bomba, que ameaça o meu ecossistema”

Isabel Capeloa Gil

“- O terrorismo fascista não está ao virar da esquina. Apesar de tudo, existe uma sólida educação de boa parte da população”

Francisco Bettencourt

“- Foi uma das grandes lições da austeridade: a de que não serviu para nada. Só serviu para as pessoas ficarem muito zangadas. E alguns enriqueceram”

José Maria Vieira Mendes

“- Metade dos americanos nunca leu um jornal, metade nunca votou para um Presidente. Espero que seja a mesma metade”

Gore Vidal

“ (Gore Vidal) Estaria horrorizado com Trump, arruaceiro ignorante e mentiroso patológico”

Jay Parini

“- Washington D.C. é suposto parecer-se com a Roma Antiga (isso no caso de que as ruas da Roma Antiga estivessem repletas de sem-abrigo negros, cães farejadores de bombas…)

Paul Beatty

 

 

domingo, janeiro 08, 2017

O FIM DE UMA ERA

sexta-feira, janeiro 06, 2017


A MONTRA

Com este título publiquei há cerca de 15 anos no “Peniche-Directo” a minha indignação pela atrocidade cometida pelo governo autárquico do PS, ao autorizar a construção de uma barreira ao espaço público pedonal na Praça Jacob Rodrigues Pereira para permitir a ampliação do espaço de utilização de uma pastelaria. Esta ampliou para mais do dobro o seu espaço à custa de preço da “uva mijona”.

Não me vou repetir nos argumentos que então utilizei.

Só que agora a situação desse espaço se singularizou. A Pastelaria encerrou há mais de 6 meses. O que espera a Câmara Municipal para fazer reverter essa situação por interesse público para o município. Os cidadãos que aqui vivem e que nos visitam têm o direito de exigir que lhes seja devolvido um espaço que nunca deveria ter sido alienado ao domínio público.

Porque não dar trabalho aos serviços jurídicos da Câmara Municipal?

Que pensam os senhores autarcas desta matéria?

Recordemos que do actual executivo fazem parte pessoas que já anunciaram ser candidatos (ou o desejam) ao cargo de Presidente.

O que espera a autarquia da ética e moral comunista para se comportar de acordo com os seus princípios?

Querem ter cargos de responsabilidade? Então assumam-nos em pleno. É tempo de acabar as festas, feiras e romarias e começar a trabalhar. Nem que seja para ganhar eleições.

quarta-feira, janeiro 04, 2017


HISTÓRIAS DO FIM DE ANO

Quando os amigos se reúnem é certo e sabido que se contam histórias. Umas que se ouvem e de tantas vezes contadas se tornaram o que é vulgarmente conhecido por “mitos urbanos”, outras passadas com cada um de nós, nas diferentes experiências de vida porque passamos.

Aqui em Peniche, desde os meus tempos de aluno na extinta Escola Industrial e Comercial de Peniche, as nossas discussões (conversas) sempre passaram pelas profissões dos pais, pela Religião, pelo futebol e, inevitavelmente (embora em tom de voz baixinho) pela política. Era inevitável com a Mocidade Portuguesa à perna e um forte de presos na terrinha.

As coisas agoram também não mudaram muito. Discute-se futebol (Sporting/Benfica), sendo que o GDP já não faz parte das nossas conversas. Discute-se religião, embora que Fátima tenha perdido a primazia, sendo Maomé/Cristo o tema do aprofundamento com a incompreensão absoluta dos crimes que se praticam hoje em nome do que não é a preocupação maior. Discute-se já não as profissões dos pais, mas a dualidade emprego/desemprego numa dúvida que nos arrasta a todos para a incógnita maior, existe futuro para os nossos filhos e netos? Discute-se pois política e por arrastamento a política autárquica.

Foi então que a propósito das festas e celebrações que invadem Peniche e o seu Concelho, me contaram uma história exemplar do nosso viver aqui no torrão natal:

«- Um amigo meu de há muitos e muitos anos, decidiu remodelar a sua casa. Ao longo dos anos acumulou livros que lhe foram enchendo espaços e decidiu oferecê-los para criar uma nova dimensão em casa para si e para os seus. Se bem o pensou, melhor o fez e para consumar essa vontade dirigiu-se à Biblioteca Municipal para efectuar aquilo que ele pensava seria uma dádiva bem acolhida. Qual não foi o seu espanto quando pessoa responsável lhe disse que infelizmente não poderiam aceitar a sua oferta, pois não existia espaço onde pudesse ser acomodada.

Ficou o meu amigo siderado com a resposta. Embatucou e voltou para casa com o peso de uma resposta que de todo não era a que esperava. Como entretanto andava a tratar de vários assuntos nas Caldas da Rainha, deslocou-se à Biblioteca Municipal e colocou a questão de lhes oferecer os seus livros. De imediato se manifestaram receptivos e combinaram a entrega e recepção.

O meu amigo assim fez e foi-lhe pedida autorização para assinalar a doação com o que ele concordou. Passado algum tempo recebeu um certificado dessa entrga com o público louvor da CM das Caldas da Rainha pela oferta.

O meu amigo manifestou-se com o misto de alegria pelo reconhecimento e de tristeza por ver que outro local quis o que a terra dele não soube acarinhar. Por mim limitei-me a dizer-lhe:

-Amigo, os livros só são úteis e necessários para quem os quizer.»

   

segunda-feira, janeiro 02, 2017


FELIZ ANO NOVO DE 2017

QUE TAL VIDA NOVA EM 2017?

Penso em mim e em ti. Em nós. Penso na minha terra. Penso no Leopoldo Eslibão e em tudo o que ele representa.

Penso que o meu ponto final se está aproximando. Pergunto-me se devo ir por aí pedindo perdão por todo o mal que terei feito a uns e outros. Julgo não. Os meus comportamentos foram sempre resultados de uma época e de vivências muito minhas.

“Sou eu e as minhas circunstâncias” e não tenho de pedir perdão por isso. Mais declaro aqui e agora em pleno uso das minhas faculdades mentais que não pretendo aderir a desculpas esfarrapadas para ganhar a paz eterna. Comungo diariamente as minhas dores e as minhas alegrias sem necessitar que deuses ou demónios me indiquem o caminho. Sou culpado de ser feliz e sou culpado pelos meus erros. Eu os carregarei em mim até que adormecendo de vez descanse deste viver que me resta.

Penso em ti minha querida mulher. Amor da minha vida. Sorriso sempre presente. Voz e mão sempre amigas a ajudarem-me mesmo quando eu merecia com um pau pela cabeça abaixo. Sou eu que escolheste para amar e sinto que não te mereço tanto como devias.

Penso em nós e na nossa menina. Na flor dos nossos olhos. Na nossa tempestade. No que representa para nós a sua presença espiritual a presidir à nossa vontade de te amar cada vez mais. Penso na prova maior de amor que te preparas para nos oferecer. Somos todos com o teu companheiro, os nossos familiares e amigos, tudo o que de mais lindo existe para contemplar no dia-a-dia da nossa vida que se esfuma entre os nossos dedos.

Penso na minha terra. Quanto eu desejaria mais para Peniche e o seu concelho. Será que existem lugares malditos. Será verdade que quando houve a distribuição de benesses, já que tínhamos ficado com um local paradisíaco, a população que recebemos para o preencher não pode ser de primeiríssima qualidade. Nestes 72 anos de vida que levo não me recordo de alguém que merecesse de forma destacada o epiteto de nosso líder incontestado. O que vemos é um conjunto de auto designados senhores de uma vontade férrea de se servirem o melhor que podem deste nosso maravilhoso torrão natal, não percebendo que tudo é efémero e não sobreviverá à sua vida terrena. E nem os senhores que se servem das marionetas que se apresentam como testas de ferro dos seus desejos,

Terão mais felicidade. Nem Paz. Os bens materiais estão e são tão fúteis e efémeras como eles próprios. Nada escapará à lei inexorável de Murphy.

Penso no meu amigo e colega Leopoldo e faço uma grande força para que ele recupere. Ele é um Homem bom que merece ser feliz. Na cama do Hospital ainda tem forças para perguntar como está a “coisa”. Não se lembra do nome mas sabe que lá está. Sendo que percebemos que a “coisa” é a Associação. A sua outra casa. O Leopoldo luta por melhorar. E vai melhorar. Está entregue a uma fantástica equipa de Fisioterapia do Hospital de Peniche.

Que o 2017 vos encha a todos as almas de Alegria.