UM CONSELHO
DE AMIGO
Se alguém
me pedisse neste momento um conselho, eu dir-lhe-ia para ler (ou reler) o “Cândido” de Voltaire.
Se eu pudesse
levar alguém de quem eu não gosto a ler, motivava-o para isso.
Se eu fosse
Juiz e tivesse a capacidade de obrigar alguém a fazer alguma coisa, oferecia o “Cândido”
aos incondicionais do facebook e do twitter e dessa leitura faria a minha
condenação.
É um
livrinho barato. Não sei se faz parte do Plano Nacional de Leitura ou não. Mas
se não faz deveria fazer.
Todos os
que acordam e consideram que o Mundo já acabou. Ou aqueles que acreditam que
todos os seres humanos fizeram um pacto contra eles. Aqueles que pensam que o
sol está quente demais. Ou a chuva existe só para o molhar. Aqueles que
detestam o vento porque levanta poeira. A noite porque é escura. O dia porque
só existe para os exibicionistas. Para todos esses escreveu Voltaire este
livrinho.
Para
aqueles que consideram que as suas doenças são as piores do mundo e que nenhum
Ser se preocupa em aliviá-los desses males.
Para os que
são diagnosticados com cancro ou outras doenças igualmente duras e difíceis.
Para os que vão para a porta da Assembleia da República reclamar porque sim.
Para os que odeiam o Amor e odeiam o ódio.
A todos
recomendo a leitura do “Cândido”. É dos melhores analgésicos à
venda. E a única dependência que causa são rugas de expressão, porque vai
aprender a sorrir e a dar os bons dias mesmos àqueles que não conhece.
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