sexta-feira, junho 15, 2018


UM CONSELHO DE AMIGO

Se alguém me pedisse neste momento um conselho, eu dir-lhe-ia para ler (ou reler) o “Cândido” de Voltaire.

Se eu pudesse levar alguém de quem eu não gosto a ler, motivava-o para isso.

Se eu fosse Juiz e tivesse a capacidade de obrigar alguém a fazer alguma coisa, oferecia o “Cândido” aos incondicionais do facebook e do twitter e dessa leitura faria a minha condenação.

É um livrinho barato. Não sei se faz parte do Plano Nacional de Leitura ou não. Mas se não faz deveria fazer.

Todos os que acordam e consideram que o Mundo já acabou. Ou aqueles que acreditam que todos os seres humanos fizeram um pacto contra eles. Aqueles que pensam que o sol está quente demais. Ou a chuva existe só para o molhar. Aqueles que detestam o vento porque levanta poeira. A noite porque é escura. O dia porque só existe para os exibicionistas. Para todos esses escreveu Voltaire este livrinho.

Para aqueles que consideram que as suas doenças são as piores do mundo e que nenhum Ser se preocupa em aliviá-los desses males.

Para os que são diagnosticados com cancro ou outras doenças igualmente duras e difíceis. Para os que vão para a porta da Assembleia da República reclamar porque sim. Para os que odeiam o Amor e odeiam o ódio.

A todos recomendo a leitura do “Cândido”. É dos melhores analgésicos à venda. E a única dependência que causa são rugas de expressão, porque vai aprender a sorrir e a dar os bons dias mesmos àqueles que não conhece.  

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