Sem apoios autárquicos ou estatais, sem apoios pedagógicos acrescidos e sem custos acrescidos para os pais e o ambiente, lá vão os meninos e meninas sendo distribuídos pelas creches e jardins-de-infância de Peniche.
Sem rede de transportes e sem aumentos de custos para ao pais, vão funcionando com as Educadoras-Mestras da vida.
As Cabeleireiras, a Maria Mechas, as Trapolhas e a Joaninha Melo foram precursoras de um ensino individualizado e personalizado eficaz e profundamente enraizado num projecto educativo reconhecido pelos seus utilizadores.

Tudo isto foi há 60 anos e Peniche era uma terra em que todos nos conhecíamos. Era o tempo em que o “charro” era a 2 tostões o par e em que a “chaputa” era só utilizada no guano.
Era o tempo em que o Ricardo Costa e o António Bento, o Zé Ferreira e o Tormenta fiavam e depois recebiam em troca as rendas tecidas pelas mulheres de Peniche.
As fábricas de peixe chamavam as mulheres que tudo largavam enquanto os maridos regressavam das fainas, descansavam umas horitas até o “velho-de-terra” os chamar de novo.
E os meninos na escola cantavam e aprendiam “Heróis do Mar/nação valente…”.