SAÚDE – cap IV
Já vos disse. De cada vez que tenho de ir ao Centro de Saúde de Peniche, venho com uma nova neurose. Esta última vez foi kafkiano. Ou surrealista. Ou qualquer outra coisa. Já não sei bem. Entro lá dentro e tudo me parece hostil. Pessoas que admiro e estimo e lá trabalham parecem-me diferentes e as suas feições tornam-se difusas e ameaçadoras.
A história agora é simples mas não menos elucidativa sobre os métodos de funcionamento daquela instituição de tortura mental: 1- No dia 14 de Fevereiro foi-me enviado um postal para me apresentar a 30 de Março às 09:00 horas.
2- A 23 de Março recebi um telefonema a informar-me que afinal a consulta tinha passado para dia 20 de Abril.
3- O objectivo diziam-me era “a fim de vir a uma consulta de diabetes com o Dr. Rodinei. Queira dirigir-se primeiro à Srª Enfermeira Isabel Fortes”
4- Mais de dois meses depois da convocação lá me dirigi ao Centro de Doenças Nervosas de Peniche, digo, ao Centro de Saúde de Peniche e depois de informado sobre o local aonde me deveria dirigir por pessoa amigável (ao balcão de atendimento é que eu não vou), sentei-me a aguardar pelas 09:00 horas.
5- Já estavam lá 2 ou 3 utentes que conversando entre si, dava para eu perceber no que me ia meter. Todos são convocados para a mesma hora. Depois é esperar e desesperar.
6- Já passavam das 09:35 quando chegou uma enfermeira finalmente. Sem me perguntarem nada a ideia era picar-me o dedo para ver o meu nível de glicémias. Isto é: 5 anos depois de eu ser declarado oficialmente como diabético, querem ver como estou de açucar no sangue. 4 anos depois de eu ter passado a injectar-me 2 vezes por dia com insulina, acham que eu não controlo os meus diabetes.
Conclusão: Não sabem nada de mim, nem querem saber. É claro que já não fui ao Dr. Rodinei. Para quê? Daqui a 15 dias quando fôr ao meu Endocrinologista vou contar-lhe mais esta história de 3º Mundo por que passei no Centro de Pesadelos de Peniche. Depois admiram-se que os trabalhadores de saúde competentes fujam para os privados...Quem é que atura isto.
Declaração Final: Enquanto o CSP, continuar assim, a minha prioridade de apoio não vai para as Urgências 24 horas por dia no Hospital de Peniche. Vai para uma nova forma de trabalhar com os utentes do CNS. Tudo começa aí.
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