EPC MORREU
PORTUGAL CONTINUA A EMPOBRECEEste fim-de-semana morreu mais um nome grande do pensamento português. EDUARDO PRADO COELHO. Com 63 anos (1944/2007) o inesperado da sua morte colheu amigos e inimigos (ou deverei dizer antes, adversários) de surpresa. Filho de um outro Professor Universitário (Jacinto Prado Coelho), terá sido porventura um dos últimos grandes provocadores do século XX a desaparecer.
EPC percorreu polemizando todo o ideário português. Homem de letras, ensaísta, professor universitário, cronista, político qb, deixou uma obra literária de análise e crítica que está por estudar. Quantas pessoas se podem dar ao luxo de se tornarem conhecidas quando são referidas pelas iniciais do seu nome?
Homem de esquerda, passou militantemente pelo PCP e pelo PS, até não ver em perigo a sua liberdade individual que os partidos tendem sempre, inevitavelmente a pôr em causa. Daí que tivesse dado pontualmente o seu apoio a Miguel Portas e ao BE, ao General Ramalho Eanes e até a Aníbal Cavaco Silva.
As suas “deambulâncias” pela esquerda são sempre em busca do seu eu social. Gostava de gostar e amar era o seu ofício. Viveu com um sentido mais duradouro pelo menos com quatro mulheres e, as mulheres foram de certo modo uma fonte inesgotável de capacidades para o seu ofício de Amante.Polemista extraordinário, ficaram no imaginário de muitos a ternura firme com que defendia os seus pontos de vista, quer fosse em polémicas com o Cardeal D. José Policarpo, quer com outros homens de letras que o acusavam das suas incursões por tantos temas, da literatura à moda, da música ao Futebol. EPC foi o Homem do pensamento global.
A sua figura e a sua verve e as suas polémicas vão fazer falta nos nossos Jornais e Revistas. Eu fico com ele nos meus recortes e nos meus livros. Até já.
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