domingo, agosto 12, 2007

A MINHA HOMENAGEM - MIGUEL TORGA
NOS 100 ANOS DO SEU NASCIMENTO1907/1995
Transmontano - Escritor – Homem de Letras – Médico
De seu nome ADOLFO CORREIA da ROCHA

Não é fácil gostar de Miguel Torga. O Homem é granítico. O Artista é impenetrável. Não faz cedências a ninguém. Enquanto médico distribui consultas gratuitas pelos que precisam. Enquanto potencial candidato ao Nobel, nunca o viram ter um aceno de simpatia para o conquistar. Iberista convicto, é intelectual e culturalmente um dos transmontanos mais agarrados ao sentido pátrio de viver. Socialista por convicção nunca emprestou o seu nome a partidos ou a políticos. Tenho a íntima convicção de que Torga tem acumuladas em si, (como Antero) todas as condições para ser esquecido. No entanto todos seríamos menos sem ele. Em Torga cumpre-se o Fado mais uma vez. 1907(12 de Agosto): Nasce Adolfo Correia da Rocha em S. Martinho de Anta (distrito de Vila Real). - 1920: Emigra para o Brasil. - 1925: Regressa do Brasil. - 1927: Fundação da "Presença" em que colabora desde o começo. - 1928: Ingressa na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Ansiedade, primeiro livro, poesia. - 1930: Deixa a "Presença". - 1931: Pão Ázimo, primeiro livro em prosa. - 1933: Formatura em Medicina. - 1934: A Terceira Voz, prosa; passa a usar o pseudónimo Miguel Torga. - 1936: O outro livro de Job, poesia. - 1937: A Criação do Mundo - Os dois primeiros dias. - 1939: Abertura do consultório médico, em Coimbra. - 1940: Os Bichos. - 1941: Primeiro volume do Diário; Contos da Montanha, que será reeditado no Rio de Janeiro; Terra firme, Mar, primeira obra de teatro. - 1944: Novos Contos da Montanha; Libertação (poesia). - 1945: Vindima, o primeiro romance. - 1947: Sinfonia (teatro). - 1950: Cântico do Homem (poesia); Portugal. - 1954: Penas do Purgatório (poesia) - 1958: Orfeu Rebelde, poesia. - 1965: Poemas Ibéricos. - 1981: Último volume de A Criação do Mundo. - 1993: Último volume do Diário (XVI). – 1995(17 de Janeiro): Morre Adolfo Correia da Rocha.À POESIA
Vou de comboio…
Vou
Mecanizado e duro como sou
Neste dia;
- E mesmo assim tu vens, tu me visitas!
Tu ranges nestes ferros e palpitas
Dentro de mim, Poesia!
… … …
Poeta sou e a ti me escravizei,
Incapaz de fugir ao meu destino.
Mas, se todo me dei,
Porque não há-de haver na tua lei
O lugar de menino
Que a fazer versos e a crescer fiquei?
… … …
Musa bela, terrível e sagrada,
Imaculada Deusa do condão:
Aqui vou de longada;
Mas aqui estou, e aqui serás louvada,
Se aqui mesmo me obriga a tua mão!

1 comentário:

Unknown disse...

o "sacana" tinha era cara de talhante...