quarta-feira, agosto 01, 2007

O CINEMA QUE ME AJUDOU COMO PESSOA
Em 26 de Fevereiro de 1969, vão lá 38 anos, exibia o CICARP (Círculo de Iniciação Cinematográfico da Associação Recreativa Penichense), a película “Morangos Silvestres” do realizador sueco, Ingmar Bergman. Na passada 2ª feira (30 de Julho) morreu este homem do cinema que num tempo de obscurantismo era estuado aqui em Peniche, no nosso cineclube, para através disso nos compreendermos melhor como pessoas.Na Caderno de apoio que era distribuído aos sócios transcrevíamos um texto de Ingmar Bergman em que este posicionava a sua filmografia, numa forma de que nunca veio a abdicar:
“Têm-me perguntado, por vezes, o que procuro nos meus filmes, qual é o meu objectivo. A pergunta é difícil e perigosa e tenho o costume de responder com uma mentira ou uma esquiva; Procuro dizer a verdade sobre a condição dos homens, verdade como eu a vejo. Esta resposta satisfaz as pessoas e chego a perguntar a mim mesmo como é que não há ninguém que note o bluff, porque a verdadeira resposta seria: Sinto uma necessidade incoercível de exprimir, pelo filme, o que, de maneira subjectiva, se forma em alguma parte da minha consciência. Neste caso, só tenho um objectivo: eu próprio, o meu pão quotidiano, a diversão e a estima do público, uma espécie de verdade que sinto, exactamente nesse momento.INGMAR BERGMAN morreu com 89 anos de idade e deixou-nos com um legado de filmes memoráveis que constituirão para todo o sempre Património da Humanidade. Entre esses filmes destacam-se:
- MONIKA E O DESEJO
- O SÉTIMO SELO
- MORANGOS SILVESTRES
- PERSONA
- SONATA DE OUTONO
- FANNY E ALEXANDRE
- SARABAND
Peniche, numa época em que o cinema não era propriamente um valor apreciado pelos poderes aqui reinantes, pode orgulhar-se de ter sabido valorizar realizadores como Bergman. O resto, a repressão, a violência sobre a cultura, é outra pequena história que o tempo varrerá da memória da humanidade, a não ser que um dia destes me decida a reabrir o dossier CICARP.

1 comentário:

Unknown disse...

gostava de ver o CICARP novamente
a proporcionar filmes de cariz menos
comercial. Havia mais actividades há uns anos que agora, é pena ...