sexta-feira, agosto 24, 2007

REFLEXÕES II
Começo hoje onde terminei a última “postagem”: Mas de todos os dados que hoje vos trago, o mais relevante de todos é que, para mais de metade da população de Peniche é irrelevante quem concorre, ganha ou perde eleições. É o venha o diabo e escolha, levado às últimas consequências.
Vejamos os resultados eleitorais nos três últimos escrutínios, que são os que mais importantes se tornaram no nosso Concelho pelas mudanças de atitudes que se verificaram nos eleitores:
1997
PS – 4975 (41,29%)
PCP-PEV – 2566 (21,30%)
PPD/PSD – 3892 (32,30%)
CDS/PP –

2001
PS – 4498 (39,42%)
PCP-PEV – 3349 (29,35%)
PPD/PSD – 2865 (25,11%)
CDS/PP – 324 (2,84%)

2005
PS – 3548 (28,72%)
PCP-PEV – 4724 (38,27%)
PPD/PSD – 3362 (27,22%)
CDS/PP – 227 (1,84%)

Um primeiro dado é o de que desde 1997 que o PS vem a perder eleitores numa lógica que não se revê nos resultados eleitorais deste partido a nível Nacional. O PS ganha a Câmara em 1997 e logo a seguir em 2001, mas já aí perde 477 votantes. Daí para 2005 quando o PCP ganha as últimas autárquicas, perde mais 950 votos. Entre 1997 e 2005 são 1427 os eleitores que se manifestam desiludidos com o PS local e deixam de lhe dar a sua confiança.
O inverso acontece com o PCP. Até parece o princípio dos vasos comunicantes. De 1997 para 2001 ganha a confiança de mais 783 eleitores. E de 2001 para 2005 quando conquista maioria eleitoral o PCP consegue atrair mais 1375 votantes. De 1997 para 2005 a votação no PCP cresce em 2158 votos.
O PPD/PSD desce substantivamente de 1997 para 2001 (-1027 votos). Em 2005 recupera ligeiramente (+497 votos) mas isso não é suficiente para lhe dar a hegemonia de outros tempos.
Quanto ao CDS/PP não passa de um partido político residual em eleições autárquicas. Em 2005 é maior o número de votos brancos (296), que o número de votos neste partido.

Significativo é o facto de que os representados que ganharam as últimas autárquicas, representam 20,7% dos recenseados o que por si só é elucidativo do grau de abandono a que está votada a causa pública.
QUANDO NOS INSURGIMOS CONTRA A INCOMPETÊNCIA DOS AUTARCAS, MELHOR SERIA QUE NOS INSURGÍSSEMOS CONTRA A NOSSA PREGUIÇA E O NOSSO RELAXAMENTO.
Abandonámos os nossos interesses e as nossas causas colectivas. E mesmo os que aparentemente se interessam, não conseguem transmitir para o exterior uma ideia de confiança e de esperança.

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