quarta-feira, janeiro 23, 2008

AO CORRER DA PENA
Algumas pessoas cruzam-se comigo na rua e sugerem-me temas abordáveis em crónicas. Desde logo queixas ou afins. Não é fácil dizer a alguém que meio caminho andado para a impotência da escrita é a imposição de um assunto. Escrever é sempre solitário. Intímo.
É claro que havendo uma capacidade pessoal para a escrita, ela pode ser desenvolvida de forma mercenária. Mas o “Prazer do Texto” como diria Barthes, perde-se aí definitivamente. E o que sai pode ser uma encomenda, um acto acto protestativo, só que não pernite estabelecer a fruição. foto H. Blayer
O prazer da escrita, que a torna possível, desejada e desejável, está no fervilhar que se estabelece entre quem escreve e o acumular de símbolos que vão surgindo à medida que tudo se torna claro.
Escrevo porque sim e não porque me pedem. E há textos que a quem lê não surgem assim tão belos como a quem os escreveu. Não é por isso que são menos belos. E são esses que tornam possíveis os outros. Os que geram polémica ou adesão.

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