MEMORIAL DA BERLENGA
Em 1932 o Prof. Dr. Varela Aldemira, decide passar dois meses de férias nas Ilhas Berlengas. Desse estar consigo próprio, foram resultando rabiscos de letras e desenhos que foram enchendo os cadernos em branco levados de Peniche para as ilhas.
No fim nas ceu um “livro” a que chamou “MEMORIAL DA BERLENGA”, que constitui uma memória indelével do que a voracidade do tempo e dos homens foi corroendo.Achou durante muito tempo o autor que não seria publicável. Até que em 1956 se decide a dar-lhe a luz que só a publicação pode oferecer. O meu pai adquiriu-o na Livraria Cerdeira e eu foi dos primeiros livros de viagens que li. Apaixonadamente.
O que então li ficou a martelar-me no meu disco fixo. Penso que não há nada escrito sobre as Berlengas até hoje, tão belo e comovente. Tão envolvente e tocante.
É um livro que se lê como quem vê.
Respingo da NOTA PREAMBULAR o trecho que se segue: “Berlenga saudosa! Nunca mais te verei, agreste e bela, selvagem no acolhimento, abençoada pelo isolamento, povoada de asas no azul, a Fortaleza defendida por um só veterano, José Morgado, filósofo metatético na sua original transposição de sílabas, que Deus tenha em santa Glória!...”
O que pretendo com esta publicação? Deixar uma sugestão e um pedido ao Executivo camarário. Publiquem uma segunda edição do MEMORIAL DA BERLENGA. Não sei se o Autor ainda estará vivo. Mas com ele ou com os seus herdeiros, não seria difícil conseguir essa reedição. Quando se fala de uma Berlenga sustentável, era bom que se pensasse em homenagear quem a viu e descreveu como a Natureza a criou.
Não peço nada para mim. Peço para o futuro de Peniche que não se esqueça o seu passado. Em nome dos nossos filhos.
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