DIAS DE EMBARAÇO
Tenho os mesmos sentimentos com o dia a seguir ao Dia de Reis que os políticos têm no dia a seguir às eleições. Se ganham começam logo a tentar perceber o que hão-de fazer para perpetuar essa vitória. Se perdem idealizam os meios mais mirabolantes para assaltarem o poder perdido. Ou com guerrilhas institucionais, ou à bomba, ou assassinando física ou metaforicamente os candidatos vencedores.
De qualquer maneira os sentimentos serão consoante os casos, euforia, frustração, raiva, cansaço, vontade de recomeçar, desejo de descansar.
Assim é o meu dia a seguir aos Reis. Desmancho o Natal com tantos sentimentos contraditórios que nem sou capaz de os definir a todos. Durante um ano espero ansiosamente pelo conjunto de emoções que se abatem sobre mim. Este ano, em que ainda em Novembro decorei a casa, parece que tudo correu mais rápido. E já está no tempo de desmanchar todos os símbolos. Magoa-me não poder fazer permanecer as coisas que me comovem. E é mais um lugar comum estafado dizer que Natal é sempre que um homem quiser. É o tanas. São precisas muitas emoções. E todos os anos sou surpreendido com qualquer coisa que me faz temer pelo Natal que já vem aí a seguir.
É que ao contrário do que se possa pensar daqui a nada é o carnaval. Meia dúzia de dias passados temos a Páscoa. Mais meia dúzia de dias o verão. Considerando que 1º de Agosto 1º de Inverno, o Natal já está aí ao virar da esquina. Valha-nos isso.
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