ESCOLAS E ESTUDANTES
Um dia destes, um acidente pavoroso roubou à vida um jovem estudante universitário que frequentava a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar. Isso trouxe-me à memória os 50 anos que me separam da minha ida para Lisboa estudar e as diferenças substanciais que nos separam desse tempo.
Eu fiz a Escola Industrial, segui daí para a Machado de Castro onde fiz as Secções Preparatórias aos Institutos Industriais e lá segui para o Instituto Industrial de Lisboa. Recordo que quando cheguei a Lisboa ia terrivelmente mal preparado a Física e sobretudo a Matemática.
Eu, o Jorge Machado, o Parina e outros colegas que por lá conhecemos agarrávamo-nos horas e horas a fio aos livros de exercícios do Palma Fernandes até descobrirmos as soluções dos problemas por mais complicados que fossem. Encontrada a resolução, rasgava-se e deitava-se fora para não cairmos na tentação de noutra altura irmos ver como se fazia. Resolver exercícios de Matemática era sempre seguindo o caminho mais trabalhoso.
E os dois anos da Machado de Castro foram um sufoco de trabalho e mais trabalho. Explicadores eram coisa que não nos passava pela cabeça. Nós e a entreajuda entre uns e os outros, assim funcionavam os nossos métodos de estudo.
Eu já conheci crianças que tiveram explicadores desde a terceira classe. Tudo muda e nem sempre para melhor. Mas continuo a acreditar que o esforço, a força de vontade, e o querer, aliados ao querer perceber o porquê das coisas, continuam a ser o melhor dos métodos de estudo.
E quando os pais facilitam estão a conduzir as suas crias para os caminhos da frouxidão que não resolvem nada. Só adiam o inevitável.
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