quarta-feira, maio 12, 2010

NÃO GOSTO DO PAPA BENTO XVI
È uma figura que não me desperta nem humanismo, nem vontade acreditar na existência de Deus. Ao contrário de João XXIII, João Paulo II, que se ocuparam de conquistar o Homem para chegar a Deus, este Papa parece-me mais interessado em descobrir na Teologia o que eu posso fazer ou não para ganhar a Salvação Eterna. Enquanto isso, vamo-nos perdendo em disputas uns com os outros e afastando mais dum ministério de fraternidade que devia presidir às relações entre todos nós.
Reconheço nos Papas a liderança da Igreja Católica e a sua hegemonia absoluta sobre todos os católicos praticantes. Não lhes reconheço infalibilidade nenhuma nem mesmo em questões de fé. A Fé é aquilo em que a gente acredita seja lá isso o que for. Se me impõem regras passa a ser um dogma. E os dogmas são o caminho mais rápido para a privação da Liberdade individual.
Se os Papas fossem uma emanação de Deus através do Espírito Santo, este não permitiria que tivessem existido Papas como Sisto IV, ou Alexandre VI, ou Paulo II, ou Inocêncio VIII, ou Bonifácio VIII. Bem pode Bento XVI vir agora dizer que o pior inimigo da Igreja está dentro dela e penitenciar-se por isso. Os que morreram na fogueira para que a Igreja ou os seus ministros lhes ficassem com os bens (que ao que consta nunca foram devolvidos), jamais perdoarão aos seus algozes.
Respeito os líderes sempre que estes se impõem pela sua pública acção em prol da pacificação da humanidade. Quando estes se debruçam em si mesmos e fazendo do seu poder a base do que exigem aos outros, deixam de me interessar e passo à frente.
No caso da Chefia da Igreja Católica reconheço o carácter transversal do seu reinado em relação a todos os povos crentes do planeta. Mas se não falar para todos os Homens independentemente da sua Fé, condição social ou escolhas pessoais, torna-se mais um Monarca entre os seus e não pode esperar atingir o coração de todos.
Ainda não tive um sinal nem do seu humanismo, nem da sua bondade. Os seus pedidos de perdão sabem-me a tardios e a imposições mais do exterior que atitudes assumidas convictamente dentro de si.
PS: Isto não significa que dentro dos limites do razoável o Estado Português não deva prestar ao Chefe Máximo da Igreja Católica as homenagens que lhe são devidas. E o dinheiro que de forma directa ou indirecta é utilizado para isso não é dinheiro esbanjado. É um pouco do muito que os católicos portugueses despejam ano após ano nos cofres do Estado. Portanto há que reconhecer o direito a respeitar o seu representante religioso.

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