sexta-feira, outubro 15, 2010

CURTAS...
No outro dia, uma rapariga telefonou-me e disse...
- "Queres vir cá a casa? Não está cá ninguém."
Eu fui lá a casa.
Não estava ninguém.

Tem sido um dia difícil.
Levantei-me de manhã ... vesti uma camisa e saltou um botão.
Peguei na minha pasta e a pega partiu-se.
Estou a ficar com medo de ir à casa de banho.

Posso dizer que os meus pais me odeiam.
Os meus brinquedos do banho eram uma torradeira e um rádio.
A minha mãe nunca me deu de mamar.
Ela dizia que só gostava de mim como um amigo.

O meu pai anda com a fotografia de um miúdo que já vinha quando ele comprou a carteira.

Quando eu nasci ... o médico foi à sala de espera e disse ao meu pai ....
- "Tenho muita pena. Fizemos tudo aquilo que podíamos ... Mas mesmo assim ele conseguiu sair."

Lembro-me do dia em que fui raptado e em que enviaram um bocado de um dedo meu ao meu pai ....
Ele disse que queria mais provas.

Uma vez, quando me perdi ...
Vi um polícia e pedi-lhe ajuda para encontrar os meus pais.
Disse-lhe ...
- "Acha que alguma vez os vou encontrar?"
Ele disse
- "Não sei miúdo ... há tantos sítios onde eles se podem esconder."

Trabalhei numa loja de animais e as pessoas estavam sempre a perguntar se eu crescia muito ou se ficava só daquele tamanho.

Fui ao médico.
- "Doutor, todas as manhãs quando me levanto e me olho ao espelho .. fico com vontade de vomitar. O que é que se passa comigo?"
Ele disse ...
- "Não sei, mas a sua vista está óptima."

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