segunda-feira, outubro 24, 2011

DÚVIDAS SISTÉMICAS

No tempo em que eu era professor a palavra sistémica estava colada à avaliação. Agora surge integrada na crise económica, tendo sido descoberta pelos políticos para assustar o cidadão comum. A palavra sistémica cheira a palavrão e na deve ser boa coisa, pensará o mais desprevenido.
No entanto, é a forma de pensamento mais usual entre o cidadão comum, na sua aplicação ao que observa, das várias vertentes interdisciplinares em que se movimenta o seu saber. Para o cidadão comum a racionalidade em si mesma não explica tudo. È preciso ir tão largo e tão sensível como decorrem as suas afinidades.
Vem isto a propósito do comentário publicado na minha postagem de ontem a propósito de arrojos da arquitectura. Só por si aquele comentário mereceria toda uma análise ao que se vai fazendo por cá e como os cidadãos vêm o que se faz.
É difícil compreender que a Av. Arqº Paulino Montez seja um local clandestino. Como é difícil compreender que certas ruas do Centro Histórico da Cidade vivam esse mesmo paradigma. São locais de evidência que ninguém olha e muito menos quem é pago para olhar. E se alguém olha e vê e cumpre a sua nobre acção de cidadão preocupado com a ilegalidade, passa pela vergonha de se tornar “chato”, “repetitivo” e “cruel”. E quem de direito não lhe liga importância. E no entanto a preocupação por aquilo que parece ser incompreensível faz parte de um dos direitos inalienáveis do ser humano em geral e do cidadão comum interessado e empenhado em particular.
Mas as respostas à dúvida não surgem e o cidadão tende a desconfiar. E de desconfiado passa a desencantado. E de desencantado a desinteressado. São então que se tende a deixar rolar e a omitir o que está mal porque não vale a pena. Quando termina a dúvida sistémica, dilui-se o cidadão e termina a participação na causa pública. E aí, começa tudo a andar para trás.

1 comentário:

Manuel Leonardo disse...

Porque nao ªilustrarªcom uma fotografia a ºvivendaº que se esta a construir em frente da Escola ? Sera uma maneira de ficar nos arquivos historicos da Cidade e tambem deixar bem documentado o lamento de quem ,quer bem para Peniche.
Com cumprimentos de longe ,do Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada