VOTAR EM BRANCO
Quando iniciei a minha marcha pessoal do voto em branco, fi-lo porque deixei de acreditar nos Partidos. Tendo sido militante do MDP/CDE, do PCP e do PS, em todos procurei uma atitude cívica para além dos interesses imediatos do voto. Mesmo que isso significasse nunca fazer o exercício do poder. Acredito firmemente que acreditar é que conduz o Homem nos caminhos do sonho, mesmo que isso signifique um caminho de dificuldades e de escolhos.
Quando deixei de acreditar, deixei de votar. E tenho para mim que a solução passa por um grande abandono das mesas de voto. Aos portugueses resta agora voltar as costas à grande fraude a que nos conduziram. Os políticos hoje não representam nada para além de si próprios.
É esta a grande verdade que os indignados um pouco por todo o mundo estão a percorrer. Solidários entre si e sem outras solidariedades que não sejam a sua confiança no ser humano, eles estão a reconstruir a humanidade e os seus sonhos.
Em tempos, uma revista efémera, a “Raiz e Utopia” tentou dizer-nos isto. Acredito que está no ser humano a resposta às suas necessidades. Tudo o resto faliu. A Europa não pode ou não soube reinventar-se. Para mim as urnas de voto acabaram.
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