quinta-feira, outubro 20, 2011

EMPOBRECIMENTO/ENDIVIDAMENTO

Pensei muito que título dar a esta postagem. Ao longo de todos os anos de Poder Democrático Autárquico que o endividamento da Câmara Municipal de Peniche tem vindo em crescendo. Não há um Presidente eleito que não tenha doado ao seu antecessor uma divida maior do que aquela que herdou do que lhe antecedeu.
Em relação a isto fui ouvindo sempre dois tipos de argumentos. O primeiro é o de que deixando obra o endividamento não é grave. O segundo é o de que se não formos piores do que os anteriores já não somos maus.
Uma das habilidades criadas ao longo dos vários exercícios orçamentais seria o da venda de património, criando assim um falso sentimento de equilíbrio na consciência de quem exercia o poder autárquico e das oposições. Só que toda a gente sempre soube que nada daquilo correspondia à verdade. Se ao longo dos 34 anos de exercícios autárquicos se tivessem vendido os bens necessários para equilibrar os vários orçamentos, já nem palmo de terra a Câmara Municipal tinha.
Com o que está a acontecer ao nosso país, criou-se-me o pavor de qual a situação financeira em que o nosso Concelho se encontra. Não temo ser responsabilizado pelos erros que eventualmente eu próprio tenha cometido quando fui autarca. Se fui, que seja penalizado por isso na proporção das minhas responsabilidades. Mas era importante todos sabermos qual é verdadeiramente a nossa situação. Qual é o nosso endividamento. Mas falem linguagem que todos percebam. Em relação ao que dispomos que percentagem temos hipotecada às dividas que assumimos?
Que esperança temos para o nosso futuro? E para o futuro dos nossos filhos? E dos filhos dos nossos filhos? Peniche tem viabilidade como Concelho? Podemos continuar a ter carnavais em Agosto e subsídios para pagar arrendamentos de Associações que não funcionam?
São perguntas poucas para as muitas que poderiam e deveriam ser feitas. O Concelho de Peniche suporta ainda durante quanto tempo os imensos desperdícios que são constantes e evidentes?

2 comentários:

Manels disse...

Sr. Professor.

Tal como os vários governos de Portugual, as centenas executivos municipais por este tão belo país espalhados, vêm fazendo a meu ver as mais diversas disparidades orçamentais. Onde podemos encontrar uma população em que a diminuição do défice orçamental de um qualquer município trás votos ?
A obra !,essa sim dá voto, então vamos aumentar a divida municipal, custe o que custar.
No dia em que tal como hoje acontece no país, em que "alguns" temos, com mais ou nenhuma culpa, que pagar a divída orçamental, tivermos que pagar a divída municipal, quem sabe através de um imposto extraordinário municipal,ou os próprios executivos venham a ser responsabilizados e a terem que responder em tribunal por esse mesmo aumento, aí sim, talvez as populações e os canditatos se importem e se preocupem um pouco com o aumento brutal do endividamento municipal, até lá.....até lá Sr. Professor todo o voto conta, nem que para isso nos custe a tradição, a história, a Vila, a Cidade e até o País !!!

Um Abraço

Bento Gonçalves disse...

finalmente um "mea culpa" de alguem, que fez, e muito, parte do problema!
de qq maneira, espero o seu proximo artigo, pq este foi pouco anti-comunista primario!