MoVimento 5 Estrelas
Temos tendência para uma de duas atitudes quando não
compreendemos o que de novo surge e nos surpreende. Ou passamos ao lado como se
de nada se tratasse ou. Amesquinhamos cepticamente esses epifenómenos. O que de
mais relevante se passou na Europa em termos políticos nos últimos 2 anos, foi
o aparecimento em Itália de um movimento criado por um cómico, que atingiu como
uma bomba os partidos tradicionais. Tornou-se o 3º maior partido italiano com
25% dos votos eleitorais, tornando completamente ingovernável a Itália. O que
nisto tem de mais interessante é que se trata de um movimento contra os
partidos políticos clássicos, que já se afirmou indisponível para colaborar com
qualquer partido político que se queira sentar no colo do poder executivo.
Este movimento alicerçado em jovens desempregados e não,
em artistas e intelectuais, cria uma dificuldade à Itália que a breve trecho se
estenderá por toda a Europa. Fartos dos tecnocratas e dos economistas, dos
advogados e dos políticos, criaram uma frente comum de defesa do cidadão médio,
que juntando-se pode tornar a Europa um
continente impotente, com todas as vantagens e desvantagens que isso
significará.
A Itália ingovernável é o bater de asas da borboleta que
criará sismos em cadeia no continente americano. A economia tal como tem vindo
a ser desenvolvida está a tornar a globalidade dos países permeáveis ao espirro
de qualquer país por menos significante que seja.
Os políticos actuais, locais, regionais e nacionais
tornaram-se títeres e marionetes, obedecendo à “”Voz do Dono”, e fazendo da sua
sobrevivência o único valor a defender. Por isso a maioria das cidadãs e dos
cidadãos deixou de acreditar na grande velhacaria que nos governa. Passaram a
não acreditar no que lhes dizem, a abster-se, a votar em branco e/ou a entrar
em apatia generalizada.
Até que surja em qualquer lado um qualquer anti-politico
que lhes ofereça o conforto da transparência e da clareza de espírito. Que lhes
diga abaixo tudo o que os tentar tirar a humanidade.
Entrámos na era em que a democracia tal como a temos
vindo a conceber até agora tende a apodrecer e os grilos, ou as centopeias, ou
qualquer outro que se torne marginal nesta ilusória vontade dita colectiva, a
ponha em causa por isso mesmo.
Acreditem o fim da política como a concebemos está a
aproximar-se. Prefiro ser roubado por um ladrão marginal, do que pelos coelhos
e gaspares que por aí pululam.
Por enquanto vou votar em
BRANCO, mais à frente logo se verá.
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