ANTÓNIO PINTO DA FRANÇA
(1935-2013)
A leitura do obituário do DN traz ao meu conhecimento a morte do Embaixador português na República da Guiné-Bissau, nos tempos em que como cooperante demandei aquele país para contribuir com o que sabia para o seu crescimento.
O Sr. Embaixador era sobrinho da D. Carlota Salvador, figura conhecida em Peniche por ser casada com alguém que muito prezei e estimei, o Sr. Francisco Salvador.
Nos idos de 1975/1976/1977 enquanto permaneci em Bissau, o Sr. Embaixador foi uma âncora onde encontrei sempre apoio para os momentos mais difíceis que passei por lá. Permitiu o Sr. Embaixador António Pinto da França que eu fosse um dos elementos do grupo de portugueses com quem ele em momentos mais formais ou informais, estabelecêssemos tertúlias sobre e acerca dos livros, de Portugal, dos sonhos, da cultura em geral e das particularidades de África e do Brasil onde ele tenha estado como encarregado de negócios.
Ao nosso grupo do qual o Zé Manel sempre fez parte e muitas vezes era o centro dos debates, juntava-se por vezes o Vasco Cabral e a Luísa que conheciam Peniche por ter o Vasco passado pela sua cadeia. Acompanhei o Comissário Vasco Cabral (Comissário da Economia) durante algum tempo, elaborando mapas estatísticos que iriam servir de suporte aos seus pedidos de auxílio às ONGs que apoiavam a República da Guiné-Bissau.
O Sr. Embaixador haveria alguns anos depois de escrever um livro (Diário da Guiné-Bissau) onde iria fazer referências de que não sou digno, à nossa amizade.
É mais um amigo que desaparece de um tempo de sonho que todos vivemos. Fico aqui o meu registo de gratidão pelo Sr. Embaixador António Pinto da França, amigo e humanista ilustre.
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