sexta-feira, junho 14, 2013

SJ SOLIDÁRIO COM JORNALISTAS DA RÁDIO E DA TELEVISÃO GREGAS
A Direcção do Sindicato dos Jornalistas portugueses manifesta sua solidariedade com os jornalistas ao serviço da rádio e da televisão públicas da Grécia, cujo encerramento arbitrariamente decidido pelo governo representa uma grave violação do direito do povo helénico à informação.

Comunicado
SJ solidário com camaradas da rádio e da televisão públicas gregas
1. A Direcção do Sindicato dos Jornalistas recebeu, profundamente chocada, a notícia do encerramento da Rádio e da Televisão públicas da Grécia, arbitrariamente decidido pelo governo e consumado às zero horas de hoje, sob a hipócrita desculpa de que se trata de uma medida temporária e de que vai ser criado um novo serviço.

2. Manifestando fraterna solidariedade para com os camaradas gregos vítimas desta medida, que atinge mais de dois mil trabalhadores ao serviço da ERT, o SJ, enquanto organização representativa dos jornalistas de um país membro da União Europeia, apela à Comissão e ao Parlamento europeus para que exortem o Governo grego a suspender de imediato a sua decisão.

3. Organização livre e defensora intransigente da liberdade de imprensa e dos serviços públicos de media, o SJ, independentemente da acção e das iniciativas da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) e da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), nas quais está filiado, exige ao Governo grego o restabelecimento imediato daqueles serviços.

4. O Sindicato dos Jornalistas portugueses denuncia, por outro lado, o carácter demagógico e irresponsável das justificações apresentadas pelo Governo grego para o encerramento, invocando os sacrifícios que o povo grego está a sofrer para, segundo disse o seu porta-voz, não haver “tolerância com vacas sagradas”.

5. Os sindicatos dos jornalistas, a generalidade do movimento sindical e, em geral, os trabalhadores de Portugal, da Grécia e da Irlanda, para falar só dos países sob intervenção da troika, conhecem bem os resultados trágicos da indecorosa dimensão da intocável vaca sagrada que é o capital financeiro, que levou à situação em que os nossos países se encontram.

6. Por isso, o SJ repudia com firmeza e determinação os gravíssimos acontecimentos na Grécia, exorta os seus camaradas gregos à resistência, reafirma a sua solidariedade para com as organizações sindicais gregas de jornalistas e rejeita com toda a força quaisquer tentações de importação destes métodos de eliminação dos serviços públicos de rádio e de televisão.

7. E porque ninguém pode ficar indiferente a este criminoso atentado contra o direito do povo grego aos serviços públicos de rádio e de televisão – que constitui igualmente um grave precedente que se abre na União Europeia –, o SJ apela a todo o movimento sindical português, à FEJ e à FIJ para que por todos os meios ao seu alcance manifestem a sua firme solidariedade para com os trabalhadores da ERT e o povo grego e com igual firmeza repudiem esta intolerável decisão do governo grego pelo que configura de ataque ao direito à informação.

Lisboa, 12 de Junho de 2013

A Direcção
Notícia actualizada às 18h20 de 12/06/2013, com introdução de parágrafo sobre envio do comunicado a autoridades europeias e gregas e organizações sindicais e actualização do parágrafo sobre emissões asseguradas pelos trabalhadores

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