sexta-feira, março 04, 2016


HENRIQUE RAPOSO

Este é o nome de um jornalista que escreve com regularidade crónicas no jornal diário online do “Expresso”. Não gosto particularmente dele. É dos articulistas de que dispenso a leitura. Acho-o demasiado próximo de uma direita civilizada e que anda por aí de pé-ante-pé para de forma subtil se infiltrar. Não gosto do que escreve. Acho no entanto que está muito próximo da actual linha editorial do jornal em que trabalha.

Isto quer dizer que já gostei mais do “expresso” que hoje gosto. Sic, Expresso, Visão, tornaram-se todos farinha do mesmo saco. E muito sinceramente estou farto.

Com 71 anos de idade e leitor desde o 1º dia do Expresso (guardo o 1º nº religiosamente) já tenho direito a manifestar a minha opinião.

E quero afirmar convictamente que sendo de esquerda, existiu sempre uma leitura do Expresso que eu nunca dispensei. Mas está a tornar-se “sacana” demais para o meu gosto. Não sei se é a vontade que o senhor RC tem de mostrar que não é incondicional do “mano”, mas a isenção tende sempre a manifestar-se em plano inclinado. E o lado para que está a pender não me agrada.

Voltemos a HR. Este post vem a propósito de um livro publicado por ele recentemente com o título de “Alentejo Prometido”, que parece que tem suscitado grande polémica pela forma crua como descreve o “seu” Alentejo.

Num tempo em que o “botas” é publicado, tem estátua e recebe o título do português mais importante de sempre.

Num tempo em que as televisões emitem cenas de pornografia pura às horas mais inusitadas.

Num tempo em que ministros, banqueiros, presidentes de instituições de renome são conhecidos por serem corruptos e vigarizarem cidadãos incautos.

Num tempo em que tudo isto acontece é estranho que exista alguém que se sinta ofendido com uma linguagem mais crua (na visão de alguém) para descrever as suas (dele) memórias.

HR pode não ser o meu jornalista escolhido, mas é de certeza um jornalista que defendo em absoluto. Com direito a ter opinião e a publicá-la. Ainda que depois eu não goste dela. Mas tenho um remédio excelente. Vai para o caixote do lixo. Que é o que eu faço com os telejornais da SIC. Estão proibidos em minha casa.  

 

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