FRUIR OS
DIAS
É uma
habilidade que só se compreende bem ou em circunstâncias muito penosas, ou em
momentos de exaltação de felicidade. Por vezes somos apanhados distraídos. Ou
adormecidos. Ou em estado pré catatónico e não sentimos quanto aquele momento
pode ser único na nossa vida.
Inúmeros
filósofos e pintores e músicos mulheres ou homens extraordinários passam por
nós e não damos por eles. Mas lá vem o dia em que os redescobrimos e ficamos
perplexos com a nossa distracção.
Quantas
vezes não nos cruzamos com pessoas de ar sisudo e fechado? Assusta olhar para
elas porque somos levados a crer que o mundo do Velho Testamento retomou o seu
lugar de ódio e ira. São pessoas que nos assustam porque delas só transparece
ódio.
Percebemos
então porque sofrem as crianças. Porque se torna difícil a um casal superar as
suas desconfianças e diferenças.
Hoje (e
cada vez mais) é complicado perguntar a um amigo (ou amiga) pela mulher (ou pelo
seu homem). “Já não estamos” é a resposta invariável. E isto nem sequer tem a
ver com idades. Tem a ver com o egoísmo de querer sentir vontade de não
partilhar o que cada um entende a melhor maneira de se sentir bem.
Cada um por
si tornou-se a regra de ouro. Até percebermos que fomos cremados já há muito
tempo, embora caminhemos.
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