JOÃO VIOLA
1958-2018
O meu mais profundo pesar pelo desaparecimento prematuro do amigo de sempre. Até já.
"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
sábado, dezembro 29, 2018
sexta-feira, dezembro 28, 2018
AINDA OS
PROFESSORES
Mas não.
Não vou falar das greves e das reivindicações do presidente da FRENPROF o
ilustre representante de desejos inconfessáveis. O líder de todos aqueles que
se passeiam por sindicatos há anos, sem colocar um pé no trabalho de verdade.
Aliás hoje não tenho dúvidas que existem sindicatos para que possam existir
sindicalistas sem ter que trabalhar na sua actividade de raiz. No dia em que
acabarem as reivindicações laborais onde metem esses sindicalistas o seu labor?
Ontem na “Quadratura
do Círculo” António Lobo Xavier fazia 2 perguntas essenciais neste imbróglio
todo. A primeira era a do que fariam o PSD e o CDS se estivessem no Governo?
Nunca o disseram. A outra questão que colocou é a de que esta questão dos
professores não é só a deles. É a de todos os que trabalham na Administração
Pública. Se abrir a porta aos professores por ali vão passar milhares e
milhares de outros trabalhadores da função pública que sentirão legitimadas as
sua idênticas exigências. Quando os representados do sr. MG se virem num país
completamente em declínio terão a justificação para se perpectuarem no
exercício das suas funções sindicais. Quanto à população portuguesa, que se
lixem. São danos colaterais.
E acabei por falar no que não queria...
quarta-feira, dezembro 26, 2018
terça-feira, dezembro 18, 2018
NATAL 2018
Entrego-vos o poema de Natal que se segue, neste período de interregno em que ficarei a usufruir do calor da minha família.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
Entrego-vos o poema de Natal que se segue, neste período de interregno em que ficarei a usufruir do calor da minha família.
Ladainha dos Póstumos Natais
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal'
segunda-feira, dezembro 17, 2018
AINDA A
GREVE DOS ENFERMEIROS
Dei comigo
a pensar neste assunto. A quem afecta realmente a greve destes profissionais?
Não é por certo à classe média (à que ainda existe), nem à classe média alta.
Muito menos é aos ricos. Todos estes na ausência de um serviço Nacional de
saúde emperrados palas greves, têm sempre a opção das clínicas privadas. Aí as
greves são inexistentes.
Quem é
afectado por estas greves são os mais pobres e os pobres de entre os pobres que
não têm outra opção que não seja o SNS. São os seus filhos. São os seus velhos.
Quem vê
cirurgias adiadas, quem vê exames interrompidos, quem se vê ignorado, adiado e
esquecido são os mais pobres de entre os pobres. São esses que as greves de
médicos e enfermeiros atingem.
Por
outro lado como é que é possível profissionais da saúde dizerem-nos que exames clínicos
ou cirurgias adiadas não têm consequências para a vidas das pessoas? Não nos
disseram toda a vida que é a medicina preventiva que salva pessoas? Que o
futuro trata-se no presente? É claro
Que não
são os utentes das CUF, ou dos Lusíadas que irão ficar prejudicados. Esses não
terão nem exames, nem cirurgias adiadas.
Expliquem-me
lá então melhor a quem pretendem atingir os profissionais da saúde com estas
greves. Não podem então estes técnicos lutar pelos seus direitos? Claro que
podem. Têm é de escolher os meios de luta que afectem quem lhes paga e não os
miseráveis. Esses nem sequer votam. E portanto não os vão nunca entender.
Perdoem-me
o desabafo. Mas cada vez entendo menos de tudo.
quinta-feira, dezembro 13, 2018
Uma anedota típica dos dias de hoje…
(Provavelmente conhecem a anedota. Mas pela sua
actualidade e relevância nos dias de hoje, não resisto a reproduzi-la. Aos que
estou a incomodar pela repetição o meu pedido de desculpas. Aos que a não
conhecem, que pensem na sua actualidade)
Um autarca
amigo da sua terra pediu uma audiência ao Ministro competente para o assunto
que levava em mãos. Após muitas insistências lá acabou por ser recebido. Expôs
então ao que ía:
- Senhor Ministro. Trago aqui um
dossier em qwue julgo que se comprova de forma absoluta a necessidade da
construção de uma Escola Secundária com Ensino profissional na zona da
localidade da qual sou o Presidente da Câmara eleito. É uma forma de fixar os
jovens da nossa zona e de lhes proporcionar os meios necessários para a elevada
taxa de empregabilidade que ali existe.
Ao que o Ministro competente
retorquiu:
- Senhor presidente. Vou ler com a
máxima atenção o dossier que me deixa. E se tal como o senhor garante se
justificar os motivos para o seu empenho, acredite que tudo farei para a
construção dessa infraestrutura.
Passaram 2
anos e nada de construção de Escola. Em seu lugar começou isso sim a ser
erguida uma nova prisão no lugar da antiga, com todos os requisitos para
corresponder aos mais modernos requisitos daquele tipo de estabelecimentos. O
presidente de Câmara indignado pediu nova entrevista ao Ministro que ainda foi
mais difícil de ser obtida que a da 1ª vez. Aquando chegou à fala com o
Ministro, o Presidente com o rosto vermelho de indignação, disse ao Ministro:
- Afinal o senhor Ministro está a
gozar comigo. O que está a ser feito não corresponde minimamente ao que nós lhe
pedimos.
O Ministro
calmamente respondeu:
- Ouça lá Senhor Presidente… Para
onde é que o Senhor pensa que eu vou quando acabar o meu mandato? Para a Escola
ou para a prisão?
Nota. Esta anedota pertence ao
domínio da ficção e nem de perto ou de longe corresponde a factos reais
acontecidos na República Portuguesa.
GREVES,
GREVES E MAIS GREVES…
Não me
recordo de uma tão grande tempestade de greves no nosso país como aquela a que
neste momento assistimos. E não sou propriamente parco em memória. Greves de
tudo e de toda a gente a propósito das coisas mais e menos relevantes.
Não sou
ingénuo. A este fenómeno não são alheias duas situações. A cobertura mediática
que incendeia os ânimos e permite os 5 min de fama de uma vida e as eleições
que se avizinham e da necessidade que o PCP/CGTP tem de se demarcar do actual
governo, visando a obtenção de resultados interessantes nos pleitos eleitorais.
Quanto à
primeira situação não tenho dúvidas que se as TVs não cobrissem as
manifestações grevistas, mais de metade das greves morreriam à nascença. Isto é
particularmente evidente nas greves dos professores, dos enfermeiros, dos
estivadores, dos guardas prisionais e vejam só a que agora surgiu de uns tais
optometristas. A mim sugere-me de que esta onda grevista vai acabar por matar a
“galinha dos ovos de ouro”. A troika, o PSD/CDS e os banqueiros conduziram os
trabalhadores e funcionários a uma tal indigência que era para todos
inimaginável e não existiam nem uma pequena parte das greves a que agora
assistimos.
3 situações
são particularmente exemplares do ridículo em que caímos. A greve dos Juízes.
Nunca a Justiça colheu tão pior impressão como a que agora se verifica. Então é
neste momento que querem melhores salários? Quando uma parte substantiva da
população duvida do valor da justiça exercida nos nossos tribunais? Então e
quando o pedido de desculpas dos Juizes portugueses pela sua participação nos
Tribunais Plenários?
Outra greve
que não colhe é a dos enfermeiros. Milhares de pessoas são colocadas em causa na
dignidade de uma vida melhor vivida porque esta gente decidiu não participar na
assistência às cirurgias. Será dimensionável quantas destas pessoas ficarão com
sequelas definitivas para a sua vida pelo atraso das intervenções cirúrgicas de
que necessitavam? E se um familiar desesperado por esta situação agarrar numa
arma e matar uns quantos enfermeiros que surgem sorrindo nos noticiários
televisivos?
Por último
a greve dos estivadores. Que tem razões laborais com largos anos e que só agora
surge. Onde esteve este sindicato durante dezenas de anos que permitiu
precariedade para tantos dos trabalhadores que laboravam naquela área? Ou isto
mesmo foi alimentado pelo próprio sindicato para melhor salvaguardar os interesses
de uns quantos? E se a Autoeuropa desaparecer de Portugal o que resta aos
estivadores?
Estas
situações prendem-se directamente com a necessidade de demarcação do PCP e do
seu braço armado a CGTP do actual governo a que deu cobertura. Procuram o espaço
já perdido há muito. Esquecem-se de que a população está farta de vós. E que a abstenção
é disso o melhor sinal.
terça-feira, dezembro 11, 2018
SER
BOMBEIRO VOLUNTÁRIO…
É uma
paixão. É um estado de alma. Os meninos reconhecem aquele som, TINONI, TINONI,
TINONI e reveem-se nele. É um som que faz parte do seu imaginário. Não tem a
ver nem com protagonismo, nem com objectivos de poder pessoal seja de que tipo
for. É naquele som que surge pela primeira vez o ideal da solidariedade. Sem
mais nada. Não tem a ver com imagens televisivas nem com objectivos de promoção
individual.
Claro que é
uma paixão que se alimenta ou acaba por se diluir. A não ser que seja vista
como uma forma de atingir objectivos pessoais espúrios. Nesse caso estar nos
Bombeiros Voluntários, já não é a mesma coisa que ser Bombeiro Voluntário.
Estar já não é ser. Pode até acabar por ser parte de um processo de utilizar um
meio para poder chegar a um fim mais ou menos inconfessável.
Assim vejo
esta participação do sr. Presidente do Sporting, perdão o sr. Jaime Marta
Soares, neste diferendo em que estão mergulhados os Bombeiros Voluntários
portugueses. Apagados que estão os holofotes das futebolistas contendas,
haveria que acender outros. Para que as ambições pessoais não es esfumem. Para
que os protagonismos individuais não se esfumem. Para que a ribalta não fuja.
Esta guerra não é dos Bombeiros Voluntários. A deles é contra o que vitima
pessoas inocentes. Esta é para que não se apaguem luzes individuais.
Os
Bombeiros Voluntários, porque o são, têm todo o direito de dizer com o que se
identificam e o que faz bem à sua participação em atitudes de voluntarismo e de
solidariedade. A sua actividade não é um comércio. Mas como todas as paixões
precisa de ser alimentada por atitudes recíprocas de respeito e dignidade. Têm
o direito de dizer que não com o que não se identificam. Mas não conseguem ser
sublimes quando se tornam joguetes de guerras político-partidárias que não são
suas.
Quando
aquele que é voluntário se alimenta de si próprio para atingir fins que não são
da solidariedade, então é porque já não é Voluntário tornou-se um comerciante
do bem e perdeu o respeito por si próprio e já não pode exigir o respeito dos
outros.
terça-feira, dezembro 04, 2018
2018

Ao que me dizem foi um sucesso a abertura das actividades de Natal na cidade de Peniche. Pelo grande número de cidadãos que nele participaram, pelas actividades desenvolvidas, pela Alegria e Paz que geraram.
Um dia depois visitei o conjunto de árvores de Natal no Jardim da Cascata e senti-me feliz pela iniciativa. O Presépio do Adro da Ajuda uma excelente inovação. As iluminações de Natal conferem ao centro da cidade uma Luz e uma graciosidade verdadeiramente singular. è caso para todos nos sentirmos orgulhosos.
PS 1: O que me deixou perplexo foi aquilo que a AJP organizou que designou como "Feira do Livro". Aquilo parece-me mais uma venda de garagem com monos que deixaram de ter interesse para quem os possui. Se não honrarmos os livros e a tradição de excelentes Feiras que já se organizaram em Peniche ao longo de mais de 44 anos, como podemos desejar que alguém queira ler no tempo das novas tecnologias?
PS 2: O Relógio da terra parado. É uma dor de alma. Este relógio é identitário da sede de concelho. Permitir que ele pare e assim se mantenha não é só incúria. É um crime contra a alma de Peniche. Que se faça Natal para o Relógio da Torre. Não posso admitir que o dia 25 esteja quase aí e que ninguém o ponha a funcionar antes disso.
sábado, dezembro 01, 2018
EXPLIQUEM AOS VOSSOS FILHOS E ALUNOS
O Presidente da Câmara vai visitar um hospício e é recebido por uma comissão de pacientes.
- Viva o Presidente! Viva o Presidente! - gritavam eles, entusiasmados.
Ao ver um dos doidos da comissão calado, um dos assessores do Presidente, aborda-o e pergunta:
- E você, porque é que não está a gritar: "Viva o Presidente"?
- Porque eu não sou louco, sou médico!
O marido chega a casa indignado e diz para a mulher:
- Encontrei aquela besta do nosso vizinho do segundo andar a gabar-se de ser o maior garanhão.
Sabes o que ele me disse? Que já comeu todas as mulheres aqui do prédio, menos uma!!!
E a mulher responde:
- Ah! Deve ser aquela enjoadinha do terceiro andar…
- De que é que precisamos quando encontramos alguns advogados cobertos até ao pescoço com cimento?
- Precisamos de mais cimento.
O Presidente da Câmara vai visitar um hospício e é recebido por uma comissão de pacientes.
- Viva o Presidente! Viva o Presidente! - gritavam eles, entusiasmados.
Ao ver um dos doidos da comissão calado, um dos assessores do Presidente, aborda-o e pergunta:
- E você, porque é que não está a gritar: "Viva o Presidente"?
- Porque eu não sou louco, sou médico!
O marido chega a casa indignado e diz para a mulher:
- Encontrei aquela besta do nosso vizinho do segundo andar a gabar-se de ser o maior garanhão.
Sabes o que ele me disse? Que já comeu todas as mulheres aqui do prédio, menos uma!!!
E a mulher responde:
- Ah! Deve ser aquela enjoadinha do terceiro andar…
- De que é que precisamos quando encontramos alguns advogados cobertos até ao pescoço com cimento?
- Precisamos de mais cimento.
quarta-feira, novembro 28, 2018
LER OU NÃO
JORNAIS
OUVIR/VER
OU NÃO TELEJORNAIS
Caiu o
carmo e a trindade com as palavras de Graça Fonseca Ministra da Cultura no
México quando afirmou: “Uma coisa ótima de estar em Guadalajara há
quatro dias é que não vejo jornais portugueses” 25 de novembro
Eu sou do tempo em que ler jornais era mesmo uma aventura. A dificuldade
era escolher entre os vários os vários jornais de referência. Em desfilada
passam por mim os títulos de “República”,
“Diário de Lisboa”, “Diário Popular”, “Capital”, “Diário de Notícias”,
“Século”, “Jornal do Comércio”, “Jornal
de Notícias”. Depois existiam outros títulos que caracterizavam as pessoas
que os liam. “Comércio do Funchal”, “Jornal do Fundão”, “O Dia”. Diz-me o jornal que lês, dir-te-ei quem és. Alguns serviam mesmo
como primeira referência para um informador da PIDE/DGS iniciar a sua pesquisa.
Recordo o meu avô Benjamim em casa a ler “O Século” ou o Diário de
Noticias” e ele já morreu vão lá 65 anos. E recordo ainda alguns jornalistas
que me marcaram. O Urbano Carrasco, o Ruella Ramos, mais recentemente o Adelino
Gomes, o Ferreira Fernandes, o Raúl Rego. São alguns nomes dos muitos que já
esqueci mas que ao tempo me faziam comprar jornais. Recordo Mário Castrim.
Alguns nomes maiores da nossa literatura passaram por trabalhar em jornais como
comentadores, repórteres ou enviados especiais a eventos mundiais.
E hoje? O “Diário de Notícias passou a online e eu tive dificuldade em
encontrar um jornal que o substituísse porque preciso de sentir o papel nas
minhas mãos. Restavam-me o “Jornal de
Notícias” e o “Público”.
Completamente fora de causa está o o Jornal do porno/crime “Correio da Manhã”. Acabei por me fixar
no “Público”. Vespertinos desapareceram todos.
Depois do que vos relato, correndo o risco de ser mais uma vez
politicamente incorrecto, quero dizer-vos que compreendo em absoluto a Ministra
da Cultura. Online restam-me o “Diário de Notícias e o “El Pais”. Mas como já
vos disse sinto que o meu dia falhou se não sentir o papel de jornal a
perpassar pelos meus dedos.
Outra diferença absoluta é no que diz respeito aos Telejornais.
Antigamente ouvir um Telejornal era um ritual sagrado que não podia ser
interrompido. Hoje são os filmes e as imagens da natureza que servem de pano de
fundo para a hora dos jornais televisivos. E até os desenhos animados. Tudo
menos os massacres a que me submetem às horas das refeições. Tudo menos ouvir o
Portugal dos pequeninos pela voz “grunhial” dos portas, dos mendes ou das moura
guedes.
E ainda estranham o comportamento dos seres humanos nos tempos que
correm.
segunda-feira, novembro 26, 2018
TAO TE KING
(LIVRO DA VIA E DA VENTURA)
Um livro de
poemas/pensamentos que me acompanha desde 1973. Escrito por lao tse (velho
mestre), erudito chinês que se pensa terá vivido na primeira metade do século
VI a.c.
Deixo-vos
com um dos seus pensamentos/poemas. Num tempo em que nada parece importar,
retomar as palavras sábias desta cultura milenar cada vez mais me parece a
saída para os que pretendem construir a sua felicidade na Paz e na Harmonia.
XXIII
Quem
conhece os outros é inteligente,
Quem se
conhece é iluminado,
Quem vence
os outros é forte
Quem se
vence a si próprio tem força de ânimo.
Quem se
contenta é rico.
Quem se
esforça por agir tem vontade.
Quem fica
no seu lugar tem longa vida
Quem morre
sem desaparecer atinge a imortalidade.
sexta-feira, novembro 23, 2018
QUE PENA…
Se queres
saber como o Concelho de Peniche está a caminhar, lê a “Gazeta das Caldas”. Isso aconteceu-me esta semana ao ler a
entrevista que este jornal fez ao actual Presidente da Câmara de Peniche e que foi publicada na passada 6ª Feira 16 de
Novembro de 2018 nas Pags. 20 a 22 e com chamada de 1ª Página.
Alguns
dirão que é lamentável que para sabermos os caminhos que Peniche trilha
tenhamos que ler um jornal de uma outra terra. Eu diria que também é bom que
assim seja independentemente de o jornal local se deleitar em outras praias.
Fui
daqueles que sempre considerou que “A Voz do Mar” sendo propriedade da Igreja
católica deveria reflectir isso mesmo. Sou por uma verdade transparente e total
dos órgãos de informação para não termos dúvidas sobre a sua orientação.
A “GC” está
em melhores condições para informar a “VM” sempre dependente de apoios
financeiros. Para mim é mais independente o jornal local quando faz o resumo
(ainda que condicionado) das reuniões da Assembleia Municipal ou dos acontecimentos
ocorridos. A “VM” para os Penicheiros é um “já foi” que desejamos o mais
abundante possível. Não será nunca um jornal de pensamento livre, perturbante e
perturbador. Mas cumpre bem para as suas muitas limitações o papel que
desempenha.
Voltando à entrevista
de Henrique Bertino penso que deveria ser de leitura obrigatória para todos
aqueles que se interessam pela causa pública em Peniche. É o balanço de um ano
sobre a saúde política do concelho de Peniche. Um retrato cru da verdadeira
face de Peniche para além dos holofotes mediáticos e das ambições de
protagonismo. É um programa de intenções para os próximos tempos nas condições
encontradas. E de alguma forma o que pensa o actual edil fazer para poder
reverter a situação encontrada. É um Raio X
cru sobre os eleitos locais. Se bem repararem eu não faço avaliação de
valore. Propositadamente para não vos induzir na minha própria leitura.
O que posso
desejar é que todos os que se importam sobre estas coisas leiam esta
entrevista. Para percebermos melhor o que se passou e o que se passa.
Inteligentes, idiotas e mais ou menos indiferentes todos temos a lucrar com
essa leitura.
terça-feira, novembro 20, 2018
O REGRESSO DO ZÉ ROSA
Ontem (2ª
Feira) numa das minhas curtas saídas de casa, alarguei o meu percurso para
cumprimentar alguns familiares. Nesse percurso encontrei quem me tentou motivar
para a escrita para além do que já faço. Dizia-me esse confrade de há muitos
anos que existem memórias que não tenho o direito de guardar para mim. Devem
ser perpectuadas para o futuro. Os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos
têm que conhecer o que foi o tempo que vivemos em Peniche. Eu garanti-lhe que
ninguém está interessado nisso. Isto é, poderão haver meia dúzia de pessoas que
se interessam, para além desse restrito número os interesses são outros e mais simples.
Como viver o hoje, sendo que o importante é sacar aqui e agora o mais possível para
o bem estar pessoal imediato.
Foi aqui
que recordei o Zé Rosa. Quem conhece hoje os seus livros? Que escolas no nosso
concelho os tên no seu acervo? Existem livros do Zé Rosa no acervo da
Biblioteca Municipal? E no entanto os livros desse Homem de Peniche dispõem de
toda uma informação (ainda que romanceada) do que foi o tempo anterior à
revolução de Abril de 1974. O Zé Rosa contém em si mesmo todo um período de
luta pela Liberdade, Fraternidade e Igualdade.
O Zé Rosa
era o CICARP e a HÚMUS. Era o ideal republicano. Era o penicheiro filho de
pescadores que por eles se bateu e deu o melhor de si próprio. Escreveu-se
escrevendo Peniche. Não há nome de rua. Não há memoriais. O Zé Rosa fez parte
da 1ª Comissão Administrativa logo a seguir ao 25 de Abril e deu-se todo à sua
função. Mas quem o recorda?
Dele guardo
o amigo. O escriva. O ser solidário. Fica aqui escrito embora o que aqui fica
seja muito pouco relevante.
segunda-feira, novembro 19, 2018
DRAMÁTICO
Ao ouvir o
Telejornal de hoje (domingo) fiquei profundamente chocado. Segundo as notícias,
desde que houve a invenção do automóvel e até hoje em acidentes de viação já morreram entre 50 a 60 milhões de
pessoas. Segundo as notícias mais do que
as mortes que se verificaram na soma das I e II Guerras Mundiais.
Isto
deixa-nos completamente assustados.
Todos nós
já perdemos em acidentes de viação familiares ou amigos e, quando isso acontece
ficamos em choque. Pelo dramatismo da situação. Pelo inesperado. Pelo absurdo.
E no
entanto todos nós já facilitámos na condução (e nada nos garante que isso não
volte a acontecer), criando riscos desnecessários para nós próprios, para os
que transportamos e para os que circulam na estrada como nós. O pensamento que
temos é o habitual nestes casos, os
acidentes só acontecem aos outros. Mas sabemos que isso não é verdade.
Escrevo
sobre isto porque me impressiona. Porque penso que todos nós devemos parar para
pensar. E reduzir a velocidade. E chegar ao nosso destino em Paz e com
alegria.
sábado, novembro 17, 2018
LÂMPADA DE ALADINO DO "SÉCULO
XXI"
Uma mulher encontra uma Lâmpada de Aladino...
Imediatamente a esfrega e, como num passe de mágica, sai um Génio.
Imediatamente a esfrega e, como num passe de mágica, sai um Génio.
A mulher olha o Génio e pede-lhe um
desejo:
- Quero que meu marido só tenha
olhos para mim,
- Que eu seja a única,
- Que tome seu café da manhã, almoce
e jante sempre ao meu lado,
- Que me toque logo que se levante ,
- Que não me deixe nem para ir à
casa de banho,
- Que viaje sempre comigo,
- Que cuide de mim, me contemple,
- Que caso se afaste um segundo de
mim, se desespere, e me diga a falta que lhe faço,
- Que nunca me deixe só e me leve, a
toda a parte, com ele...
e zás... foi
transformada num Telemóvel !!!
A TIA LÍDIA
O Joãozinho achou tão excitante o que tinha visto que
não se conteve e correu para casa contar à mãe, o que tinha visto:
- Mãe! Mãe! Eu estava no pátio da escola, quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia. Fui atrás para ver. O pai estava a dar um grande beijo na tia Lídia. Depois ele ajudou-a a tirar a blusa, depois a tia Lídia ajudou o pai a tirar as calças e depois a tia Lídia...
Nesse ponto, a Mãe interrompeu-o e disse:
- Joãozinho, essa é uma história tão interessante, que vais guardá-la para contar à hora do jantar!... Quero ver a cara do pai, quando lhe contares tudo isso, à noite.
- Mãe! Mãe! Eu estava no pátio da escola, quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia. Fui atrás para ver. O pai estava a dar um grande beijo na tia Lídia. Depois ele ajudou-a a tirar a blusa, depois a tia Lídia ajudou o pai a tirar as calças e depois a tia Lídia...
Nesse ponto, a Mãe interrompeu-o e disse:
- Joãozinho, essa é uma história tão interessante, que vais guardá-la para contar à hora do jantar!... Quero ver a cara do pai, quando lhe contares tudo isso, à noite.
Ao jantar, a mãe pediu ao Joãozinho para contar a
história.
- Eu estava a brincar no pátio da escola quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia. Corri para ver. Ele estava a dar um grande beijo à tia Lídia. Ajudou-a a tirar a blusa e a tia Lídia ajudou o pai a tirar as calças e depois a tia Lídia e o pai começaram a fazer as mesmas coisas que a mãe e o tio Jacinto faziam, quando o Pai estava na tropa!
A MÃE DESMAIOU
- Eu estava a brincar no pátio da escola quando vi o carro do pai ir para o bosque com a tia Lídia. Corri para ver. Ele estava a dar um grande beijo à tia Lídia. Ajudou-a a tirar a blusa e a tia Lídia ajudou o pai a tirar as calças e depois a tia Lídia e o pai começaram a fazer as mesmas coisas que a mãe e o tio Jacinto faziam, quando o Pai estava na tropa!
A MÃE DESMAIOU
Moral da História:
NUNCA INTERROMPAM UMA CRIANÇA
Houve um naufrágio, mas salvaram-se três pessoas
que após uma semana a boiar agarrados a um barril foram parar a uma pequena
ilha: Eram um Inglês um Francês e um Português.
Só que afinal a ilha era habitada e logo por canibais Apareceram os canibais, munidos de lanças e aos berros e levaram-nos para a aldeia.
O chefe da aldeia, antigo náufrago, falava linguas e disse:
" -Ainda ontem vieram aí uns náufragos e estamos satisfeitos.
Vamos fazer três provas. Quem ultrapassar as três provas leva uma jangada e vai embora. Os restantes vão para o caldeirão.
1ª prova => beber sem pausas um balde do nosso bagaço
2ª prova => ir à jaula do Leão e arrancar-lhe um dente
3ª prova => violar uma nativa virgem, com 50 anos de idade, coisa que nenhum de nós conseguiu"
Vai o Francês, bebe o bagaço e fica meio tonto. Entra na jaula do Leão e demorou 10 segundos a morrer. Seguiu para o caldeirão. Vai o Inglês, bebe o balde de bagaço, arrota e defronta o Leão durante 15 segundos. Mas também morreu.
Segue-se o Português:
Bebe o bagaço, arrota e respira fundo. Vai para a jaula do Leão e foge para um recanto. Durante uns minutos ouviu-se algum reboliço após os quais lá vem o Português todo arranhado e ensanguentado e diz com ar abatido e cansado:
- Bem, onde é que pára essa nativa virgem para lhe arrancar o dente ?
Só que afinal a ilha era habitada e logo por canibais Apareceram os canibais, munidos de lanças e aos berros e levaram-nos para a aldeia.
O chefe da aldeia, antigo náufrago, falava linguas e disse:
" -Ainda ontem vieram aí uns náufragos e estamos satisfeitos.
Vamos fazer três provas. Quem ultrapassar as três provas leva uma jangada e vai embora. Os restantes vão para o caldeirão.
1ª prova => beber sem pausas um balde do nosso bagaço
2ª prova => ir à jaula do Leão e arrancar-lhe um dente
3ª prova => violar uma nativa virgem, com 50 anos de idade, coisa que nenhum de nós conseguiu"
Vai o Francês, bebe o bagaço e fica meio tonto. Entra na jaula do Leão e demorou 10 segundos a morrer. Seguiu para o caldeirão. Vai o Inglês, bebe o balde de bagaço, arrota e defronta o Leão durante 15 segundos. Mas também morreu.
Segue-se o Português:
Bebe o bagaço, arrota e respira fundo. Vai para a jaula do Leão e foge para um recanto. Durante uns minutos ouviu-se algum reboliço após os quais lá vem o Português todo arranhado e ensanguentado e diz com ar abatido e cansado:
- Bem, onde é que pára essa nativa virgem para lhe arrancar o dente ?
quinta-feira, novembro 15, 2018
FOGO!!!
Temos sido
invadidos pelas imagens dos fogos na Califórnia (EUA). 50 e tal mortos já
contabilizados e mais de 100 desaparecidos que tudo leva a concluir que terão
desaparecido na voragem do fogo incontrolável que por ali devasta tudo por onde
passa. Muitas dezenas de casas queimadas em zonas habitadas por conhecidos
actores de Hollywood como Paradise e Malibu.
Isto
passa-se na nação mais poderosa do Mundo e provavelmente a mais rica e com
meios mais avançados tecnologicamente em todas as áreas da vida das pessoas.
Centenas de bombeiros e aviões podem ser postos em acção nas áreas de combate
aos incêndios. E no entanto o fogo florestal que devasta a Califórnia parece
ser incontrolável. É declarada aquela zona como região de calamidade. Até o
idiota do presidente dos EU acabou por se render ao fogo, desistiu de acusar quem
quer que seja de culpas e declara a sua solidariedade pessoal para com as suas vítimas.
Não nos
chegam ecos de libelos acusatórios. Ouvem-se as vitimas do fogo e não se
exaltam perante a irremediabilidade do que lhes aconteceu. Não se fala de
incúria no tratamento das áreas ardidas. As casas ardem por completo e não se
ouve falar de correntes de caridade que acabam por se esvair no tempo. Vêem-se
carros todos queimados com pessoas lá dentro e não se ouvem acusações e
desculpas de mau pagador.
Aqui até as
galinhas servem para pedir subsídios. E os “pilantras” aproveitam-se de algumas
facilidades para tentarem sacar o que puderem.
Quem nasce
miserável, morre miserável. E não estou a falar de bens materiais.
terça-feira, novembro 13, 2018
A DOR DE
ESCREVER
Há 57 anos
o dia de S. Martinho calhou a um sábado. Esse ano de 1961 foi o ano em que fui
estudar para Lisboa. Morava na Rua S. Felipe de Nery ali ao Rato e estudava na
Escola Industrial Machado Castro.
Nesse
fim-de-semana foi combinado eu ir passa-lo a casa dos meus tios na “Porcalhota”.
Os tios a que me refiro eram a minha tia-avó Gertrudes (irmã da minha avó
Guilhermina) e o marido o Sr. Cepêda. A “Porcalhota era uma zona periférica da
Amadora. Eu apanhava o Autocarro da Carris junto ao Hotel Ritz e lá ía numa
grande aventura até às portas de Benfica, fazendo o resto percurso a pé.
Nesse fim-de-semana
lá fui. E tudo correu bem até… que na madrugada do dia 12 bateram à porta de
casa dos meus tios. Era uma vizinha deles que tinha telefone e que fazia o
favor de permitir aos meus tios que o utilizassem, dizendo que havia uma
chamada de Peniche lá para casa. Eram os meus pais telefonando informando da
morte da minha avó Guilhermina.
A minha avó
era a figura central da minha família mais próxima. Hoje percebo que era uma
família um pouco matriarcal. O meu pai era filho único. O meu avô era um
ideólogo. A minha mãe era uma pessoa dependente das vontades de meu pai e da
minha avó. Esta é que determinava o que era importante para nós todos.
Eu então
não me apercebia mas a morte da minha avó estava a determinar o fim de uma era
na minha família. E a passagem do poder executivo dela para o meu pai. Foi a
sua morte que determinou que o meu irmão voltasse para casa. Ele que desde os 3
anos de idade tinha ficado em casa da minha avó e aos cuidados dela. O meu
irmão era na altura um estranho para mim. E bem vistas as coisas ao longo de
muitos anos nunca reparámos totalmente essa ferida. Foi com a morte da minha
avó que eu aprendi a conhecer verdadeiramente o meu pai. Ela nunca permitiu que
ele se aproximasse muito de mim e de minha mãe. Esta, a troco de um lar submeteu-se
a todas as vicissitudes de um casamento frustrante. Não que ela não gostasse de
meu pai, mas acima de tudo temia-o e pior que tudo temia a mãe dele. Temia-a
tanto que durante muitos anos após a morte dela continuava incapaz de usar ou
utilizar qualquer coisa que lhe tivesse pertencido.
Toda esta
memória me assaltou este fim-de-semana na celebração da morte da minha avó. Que
terminou com uma missa legado que recebi da minha mãe.
Se me
perguntarem se tudo isto me fez sofrer. Sim é verdade. Sobretudo por pensar que
a minha avó determinou uma série de factos que condicionaram a vida de toda uma
família. Deu para pensar que a felicidade é algo que se conquista todos os dias.
Não cabe em herança a ninguém. Curiosamente eu conquistei a minha felicidade
num espaço-casa que lhe pertenceu e que ela nunca desejou para mim. Eu fui
sempre o neto que não existia para a minha avó. Mas acabei por ser aquele que
conseguiu preservar a memória dela apesar de isso não representar qualquer
recordação de amor da mim por ela. Eu fui um embaraço para ela. Ela ajudou-me a
conquistar a vontade de ser feliz. Isso lhe devo.
quarta-feira, novembro 07, 2018
MULHERES DA MINHA VIDA
A 1ª mulher
que eu amei com um amor juvenil exacerbado foi a Manuela Marques. Era uma star.
Sexy até dizer chega. Quando passava o trânsito parava. Era o sonho de todos os
machos da minha terra. Ela sabendo disso valorizava-se atá ao limite. Umas
pernas longas e torneadas por Miguel Ângelo.
Admirei com
carinho e respeito incomensuráveis, foi a D. Luísa Piaça. Faleceu quando eu estava
na recruta em Mafra e nunca mais dela me esqueci.
Outra
mulher da minha vida foi a minha professora de português na Escola Industrial e
Comercial de Peniche, a Dr.ª Maria Fernanda Amador. Foi ela que me incentivou a
escrever e a ler. A grande responsável por eu estar hoje aqui convosco. Morava
na Rua da Bica do Marquês em Lisboa e sei isso porque durante muito tempo me
correspondi com ela mesmo depois de ter deixado Peniche.
Não esqueço
a Maria Madalena Nogueira que muitos anos depois veio a casar com um amigo meu,
o Dionísio Amador. Amiga de muitos anos desde quando eu frequentava a Machado
de Castro e ela a Josefa de Óbidos. Depois viemos a ser colegas de turma no
curso de Química Laboratorial e Industrial do IIL. A minha tropa afastou-nos de
um convívio mais próximo o qual nunca mais reatámos.
Recordo com
muito carinho a minha colega no estágio em Coimbra, a Gina que procurei sempre
respeitar, independentemente dos meus conflitos sentimentais por ela. Guardo-a
no meu coração num lugar à parte.
A minha tia
Idália Canão. Uma mulher carinhosa mas de uma força inquebrantável. Sabia a
palavra que tinha de dizer no momento certo. Esteve sempre ao meu lado. Nos
bons e nos maus momentos. Guardo dela uma recordação insubstituível.
Recordo a
minha colega de trabalho em Torres Vedras a Celeste Guia. Uma senhora que faz
com que sempre nos sintamos pequeninos quando estamos na sua presença.
Faltam-me palavras para a adjectivar sobre tanto que lhe devo. Ensinou-me acima
de tudo a ser um melhor professor. Uma Senhora.
Recordo com
muita alegria a D. Assunção Braula Reis Coutinho. Uma Mulher de uma Alegria e
senhora de uma Vida extraordinária. Foi a primeira pessoa que me fez sentir que
usufruir o tempo seria importante. Ela quando falava dava a impressão de que
tinha medo de morrer no segundo a seguir, tal a rapidez e a emoção que punho no
seu falar. E tinha nos olhos todo o Amor do Mundo. Quando penso nela, penso em
todas as Mulheres libertadas do Mundo pela força das suas emoções.
Marcam
presença nas minhas memórias entre outras, duas mulheres da minha terra. Uma
infelizmente já desaparecida. Refiro-me à Rosa Mamede e à Idalina Bandeira. 2
exemplos de força e coragem com características diferentes. Uma e outra duas
forças da natureza. Contra ventos e marés. Mães coragem.
Deixo para
o fim as três mulheres que hoje me continuam a ajudar na minha vida. Uma, um
exemplo de tenacidade e de vontade de suportar a dor tornando-o alimento e
garra. Refiro-me à minha sogra, a Mariazinha. Que soube sempre com um sorriso
nos lábios defender a sua prole. Que fez dos desafios que a vida lhe deu uma
tempestade de amor para distribuir por todos os seus. E as minhas duas
Mulheres. A minha Anita e a minha Maria. Faltam-me aqui as palavras para dizer
tudo quanto lhes devo e o que sinto. São tudo aquilo que alguém pode sonhar
para se sentir seguro neste deambular em que nos vamos diluindo. Quem pode
querer mais? A Anita e a Maria são tudo quanto de bom e seguro se pode querer.
São o meu mar e o meu porto de abrigo. São a minha seara e o meu alimento. São
as estrelas do meu Universo.
Por todas
estas mulheres e por todas as outras que se sintam nelas representadas, mereceu
a pena viver. Bem-hajam.
segunda-feira, novembro 05, 2018
BULLYING E
MALDADE, A NOVA ORDEM DAS COISAS?
É corrente
hoje falar-se de bullying sobretudo em Esscolas. Normalmente as vítimas de
bullying são crianças que se apresentam com um comportamento pouco aceito pelos
restantes colegas, e essa diferença tanto pode ser física, como comportamental
ou de vivência fora dos padrões da comunidade onde estão inseridas.
De facto
não é só na escola que existem esses comportamentos que consistem em humilhar
os que aparentemente são diferentes. Isso ocorre também na rua, no Bairro ou
mesmo na aldeia ou lugar.
Também se
trata de um fenómeno a que só hoje se confere alguma visibilidade. Isso
acontece porque as câmaras das TVS generalistas se alimentam desses factos e
porque a liberdade de imprensa e as redes sociais favorecem a publicitação
desses fenómenos tidos como notícias ou “cachas”. E no entanto são
comportamentos que já existem há dezenas de anos, sem que noutros tempos alguém
ousasse pronunciar-se sobre eles. Conto-vos 2 histórias de Bullying passadas na
escola velha de Peniche, que agora completa 100 anos de existência nas décadas
de 50 e 60 do século passado.
A 1ª
história foi passada com a minha cunhada Natália e com uma colega dela, a
Edine, filha mais nova de um célebre opositor ao regime anterior, o conhecido
Zé da Costa.
Quando a
minha cunhada e essa menina foram para a Escola tiveram a infelicidade de terem
como professora uma tal de D. Violinda. Cedo ela soube que os pais dessas
meninas estavam presos por serem opositores do Estado Novo. Não sei se era pelo
nome que tinha o que é certo é que a partir daí tratava-as como as filhas dos
comunistas e descarregava todo o seu ódio nas meninas quer em reguadas, quer em
insultos. As meninas quando tinham de ir para a Escola sentiam o peso e a dor
de terem de estar num local onde eram violentadas todos os dias por uma mulher
odienta e de coração malvado. E o mais grave é que não podiam pedir ajuda a
ninguém porque ninguém as defenderia. O director da Escola era colocado naquele
cargo pelo Regime. E ser filha de um comunista naquele tempo era pior que ser
hoje muçulmano. Sofreram e o peso desse sofrimento deixou sequelas até hoje.
A 2ª
história é também passada na mesma escola. Eu frequentava-a e a minha sala de
aula na 4ª classe era a sala exterior da torre do lado esquerdo. Eu era aluno do professor Pires. Contigua a
essa sala era a sala de uma professora daquela escola de nome Ema. Irmã de uma
outra chamada Laura. Uma e outra eram conhecidas entre nós miúdos e mesmo pelos
nossos pais, como as pretas. Por serem de raça africana. Nós temíamos aquela
dupla como se do diabo se tratasse. Eu na minha sala ouvia as reguadas e os in
sultos com que elas tratavam os seus alunos. Nesse tempo os meninos filhos de
pessoas com graves dificuldades económicas eram aqueles que obviamente mais
dificuldades tinham e eram os que mais sofriam às suas mão e com as tiranias a
que os sujeitavam. Não sei se era uma qustão de ódio rácico. Mas sei que foram
muitos os que sofreram na pele as suas atitudes de violência. Mas sei que
naquele tempo, ser aluno das “pretas” era o maior receio dos meninos do meu
tempo. Hoje essas atitudes seriam motivo para manifestações, greves e posterior
expulsão das criaturas.
Mas não
ouço os meninos daquele tempo revoltarem-se com estas atitudes de bullying. Foi
passada uma esponja sobre tudo isso. Sentimento de culpa? Revolta por não terem
tido capacidade para impedir estes actos? Talvez tudo isto e mais. Que não
merece aprofundar para não corrermos o risco de nos sentirmos de alguma forma
solidários com estes actos de maldade pura.
sábado, novembro 03, 2018
MARAV ILHOSO
O que outros conseguem ver e que nos passa tantas vezes ao lado:
http://www.youtube.com/embed/v56VNOVhpoU
O que outros conseguem ver e que nos passa tantas vezes ao lado:
http://www.youtube.com/embed/v56VNOVhpoU
quarta-feira, outubro 31, 2018
GESTÃO
AUTÁRQUICA EM PENICHE:
- UMA
LUFADA DE AR FRESCO
Provocou
agitação nas hostes autárquicas (e não só) em Peniche a medida anunciada da
alternância da Vice-Presidência da Câmara Municipal entre os dois vereadores
eleitos pela lista dos cidadãos independentes (Árvore).
Só os menos
atentos e mais apegados a honrarias de meia-tigela podem ficar surpreendidos
com esta medida. Entendamo-nos. A Vice-Presidência da Câmara é um cargo de
delegação do Presidente e que só será
exercido na ausência e impedimentos deste. Isto é, só se é Vice-Presidente
na ausência do Presidente por períodos de tempo pré-fixados ou indeterminados. Por
exemplo em caso de doença. Isto porque existem assuntos que carecem da
assinatura do responsável máximo da edilidade e na ausência de um a assinatura
do outro validará a decisão.
Que fique
muito claro. Sempre que o Presidente está no exercício pleno das suas funções o
cargo de Vice-Presidente não existe. Por outro lado o Presidente delega
competências, mas não delega responsabilidades. Para ser mais claro, quando o
Vice-Presidente assina qualquer documento ou toma qualquer medida por delegação
de competências o Presidente não fica isento. Ele será sempre o responsável por
essa assinatura ou por essa medida. O Presidente tem responsabilidades próprias
que não pode delegar, tal como os Vereadores que também têm as suas que não
serão declináveis.
É uma falsa
questão o exercício e a importância do cargo. Que só passou a ter alguma
relevância porque ao longo dos anos em cada mandato foi exercido sempre pela
mesma pessoa e porque normalmente essa delegação era entendida como um cargo de
confiança particular do Presidente em um dos vereadores. E ainda, porque
normalmente os Partidos políticos tradicionais escolhem para futuras candidatos
ao exercício do mandato de Presidente, aquele ou aquela que foram ao longo do
tempo os Vice-Presidentes. Ora isto não tem qualquer conteúdo nem representa
nenhum assumir de opção inicial.
O que o
actual Presidente faz e bem é dar alternância ao cargo sublinhando com isso:
- Que tem
igual confiança política nos Vereadores que o acompanham
- Que é bom
que um e outro sinta a responsabilidade do exercício dessa função quando
necessário, para poderem ter a consciência do peso da responsabilidade que isso
representa.
A
alternância do exercício do cargo faz com que quem o exerce tenha a consciência
exacta da factualidade do seu desempenho.
Bem-haja o
Henrique Bertino por ter tido esta iniciativa. É mais uma lição que dá aos
políticos de meia-tigela que pululam por aí.
Quem não
estiver habituado a esta forma honesta de trabalhar, só tem que tratar da azia
que isto lhe provoca.
Existe um
provérbio antigo em Portugal que grosso modo se aplica a este espírito
conservador e espúrio que os partidos políticos foram desenvolvendo ao longo
dos nossos anos de aprendizagem de viver em Democracia: “Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu”
PS: - Para quem for lerdo na compreensão eu aclaro certinho e direitinho. Assim funciona uma equipa na gestão autárquica.
PS: - Para quem for lerdo na compreensão eu aclaro certinho e direitinho. Assim funciona uma equipa na gestão autárquica.
segunda-feira, outubro 29, 2018
AFINIDADES
Ontem
estive a ouvir uma das mulheres de quem mais gosto neste país. Refiro-me a
Maria João Seixas, que com uma doçura que lhe é peculiar desenvolve um programa
de conversas na televisão que as escolas secundárias (e mesmo as Universidades)
deveriam obrigatoriamente gravar e reproduzir para os seus alunos. A entrevista
deste domingo de má memória (domingo em que o Brasil assumiu uma presidência da
direita totalitária e torcionária), dizia eu a entrevista foi com o Historiador
Rui Ramos. A propósito de qual é o papel do Historiador na sociedade actual,
acabámos por ouvir um autêntico Hino à Liberdade e à Tolerância. Não a
tolerância caridosa, antes a tolerância assumida como valor do Humanismo.
Curiosamente
um dia destes li no “Público” uma entrevista com Vasco de Pulido Valente, em
que este se refere a Rui Ramos de forma elogiosa. Compreendi ontem ao vir o
bate-papo entre MJS e RR, a razão de ser disso.
É bom ouvir
na televisão um debate em que nos sintamos em Paz connosco próprios e com os
outros. Quando as TVs generalistas se transformam todas a pouco e pouco em
simulacros de jornais de escândalos e de ódios latentes, é bom sentir a Paz
interior que conversas como aquela de ontem à noite nos transmite.
Obrigado a
Maria João Seixas e a Rui Ramos.
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