A ÁRVORE
Os
primeiros indícios são promissores. A árvore parece ter conseguido estender as
raízes para a terra promissora e ter encontrado o húmus que a alimenta. As
pessoas saíram à rua como há muito não se via e a felicidade nos olhos das
crianças não engana. Sente-se mais trabalho e menos fogo-de-vista. Mais empenho
e menos publicidade. Mais cordialidade e menos distância.
Ainda não é
tempo de vê-la frutificar. È tempo de arrumar a casa e dar merecido
reconhecimento aos que trabalham. É tempo de ajustes. Quem se instalou
comodamente no sofá vai ter que merecê-lo.
Quem do mar
fez terreno fértil. Quem do trabalho visível fez a seiva. Quem de ser solidário
construiu os ramos que se estendem. Quem da Utopia fez o caminho. Esse quem
merece estar onde está e tentar fazer aquilo a que aspiramos. Uma terra, um
concelho merecem ter esperança. Sem que sirvam objectivos individuais, mas
antes o bem-estar comum.
Deixem-me
eu também regar um pouco a árvore que me orgulho de ter ajudado a fixar à
terra.
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