quinta-feira, janeiro 11, 2018


BOM SENSO E BOM GOSTO

É bom reconhecer onde e o que fomos para podermos perceber o que somos. Filho do Horácio Costa e neto da Guilhermina Baterremos, irmão do Necas, nado e criado na Rua Joaquim António de Aguiar e na Praça Jacob, aluno da Escola nº1 e da escola Industrial desde os tempos do Alemão até ao novo edifício, com uma passagem breve pelo edifício do actual Sindicato dos pescadores. Aluno (6994) do velho e do novo IIL (agora ISE), oficial miliciano no continente e professor pelas 4 partidas do Mundo. Conheci na carne os principais regimes políticos do século XX. Trabalhei e convivi com alguns dos mais prestigiados intelectuais portugueses e brasileiros. Estou reformado e apesar de alguns contratempos ao longo de todo este percurso, sinto-me bem comigo.

Reparem. Em menos de 10 linhas conto-vos o que de significativo existe na minha vida. O resto são momentos fugazes (ou não) tão importantes (ou mais) do que aquilo que vos descrevo. Da minha meninice recordo a minha rua. A rua onde nasci e onde regressei há cerca de 32 anos. Recordo os meus vizinhos e vizinhas. De todos restam a Laura e a D. Lélé. Tudo e todos desapareceram na voragem do tempo.

Perguntem-me porque me estou agora a recordar de tudo isto. E eu digo-vos, pelo que se vai passando nos últimos meses em Peniche. As reviravoltas a que esta terra vai assistindo e para as quais muitos não estão preparados (e talvez nunca venham a estar). Dos meus tempos de menino retenho o Sr. Manuel Salvador, a D. Cristina senhora sua esposa, a D. Beatriz irmã da D. Cristina. A D. Ivone, D. Gisela, D. Helena, e o Sr. Francisco que muito mais tarde viria a ser Presidente da Câmara de Peniche e um particular amigo de meu pai., todos filhos do sr. Manuel e da D. Cristina. Esta família era de um bom gosto inexcedível. Todos nos sentíamos pequenos perante eles. Pessoas de um trato que se impunha a todos nós.

Hoje contam-me coisas que se passam na Assembleia de Freguesia de Peniche e sinto que esta família se iria sentir menos bem com o comportamento de um dos seus. Que por ter perdido uma eleição se tornou uma pessoa que perdeu as estribeiras e o decoro. Que insulta quem se limita a fazer o seu trabalho. Que põe em causa a honestidade de pessoas que nunca o questionaram a ele próprio, só porque sim. Ameaça que irá sempre às Assembleias de Freguesia só para “chatear”, palavras suas. Peniche e o seu desenvolvimento interessam-lhe pouco. Deixar contributos para melhorar as coisas não é o seu papel. Chatear tornou-se o seu verbo de uso para mostrar a sua raiva e impotência perante o inevitável.

Temos pena.         

 

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