BOM SENSO E
BOM GOSTO
É bom
reconhecer onde e o que fomos para podermos perceber o que somos. Filho do
Horácio Costa e neto da Guilhermina Baterremos, irmão do Necas, nado e criado
na Rua Joaquim António de Aguiar e na Praça Jacob, aluno da Escola nº1 e da
escola Industrial desde os tempos do Alemão até ao novo edifício, com uma
passagem breve pelo edifício do actual Sindicato dos pescadores. Aluno (6994) do
velho e do novo IIL (agora ISE), oficial miliciano no continente e professor
pelas 4 partidas do Mundo. Conheci na carne os principais regimes políticos do
século XX. Trabalhei e convivi com alguns dos mais prestigiados intelectuais
portugueses e brasileiros. Estou reformado e apesar de alguns contratempos ao
longo de todo este percurso, sinto-me bem comigo.
Reparem. Em
menos de 10 linhas conto-vos o que de significativo existe na minha vida. O
resto são momentos fugazes (ou não) tão importantes (ou mais) do que aquilo que
vos descrevo. Da minha meninice recordo a minha rua. A rua onde nasci e onde
regressei há cerca de 32 anos. Recordo os meus vizinhos e vizinhas. De todos
restam a Laura e a D. Lélé. Tudo e todos desapareceram na voragem do tempo.
Perguntem-me
porque me estou agora a recordar de tudo isto. E eu digo-vos, pelo que se vai
passando nos últimos meses em Peniche. As reviravoltas a que esta terra vai
assistindo e para as quais muitos não estão preparados (e talvez nunca venham a
estar). Dos meus tempos de menino retenho o Sr. Manuel Salvador, a D. Cristina
senhora sua esposa, a D. Beatriz irmã da D. Cristina. A D. Ivone, D. Gisela, D.
Helena, e o Sr. Francisco que muito mais tarde viria a ser Presidente da Câmara
de Peniche e um particular amigo de meu pai., todos filhos do sr. Manuel e da
D. Cristina. Esta família era de um bom gosto inexcedível. Todos nos sentíamos
pequenos perante eles. Pessoas de um trato que se impunha a todos nós.
Hoje
contam-me coisas que se passam na Assembleia de Freguesia de Peniche e sinto
que esta família se iria sentir menos bem com o comportamento de um dos seus.
Que por ter perdido uma eleição se tornou uma pessoa que perdeu as estribeiras
e o decoro. Que insulta quem se limita a fazer o seu trabalho. Que põe em causa
a honestidade de pessoas que nunca o questionaram a ele próprio, só porque sim.
Ameaça que irá sempre às Assembleias de Freguesia só para “chatear”, palavras
suas. Peniche e o seu desenvolvimento interessam-lhe pouco. Deixar contributos
para melhorar as coisas não é o seu papel. Chatear tornou-se o seu verbo de uso
para mostrar a sua raiva e impotência perante o inevitável.
Temos pena.
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