segunda-feira, janeiro 22, 2018


CONTRIBUTOS PARA A DEFESA, PROMOÇÃO E RELANÇAMENTO DAS

RENDAS DE BILROS

Começarei por dizer que não acredito nem me revejo em grandes manifestações de apresentação das RENDAS DE BILROS, num momento em que começam a desaparecer pessoas interessadas na sua produção.

Desde logo por 2 ordens de razão:

- Não é motivador em termos económicos para os jovens

- Não é uma actividade que permita visibilidade e respostas no imediato

Poderíamos escalpelizar as razões que conduziram ao definhar das rendas de bilros mas todas elas acabam sempre por ir parar às razões enunciadas anteriormente.

Por outro lado as rendas de bilros exigem mais algumas bases para o seu desenvolvimento que têm andado arredios quando se trata desta matéria.

Refiro-me:

- ao estudo e execução do desenho nas suas 2 vertentes, a renda erudita e a renda popular;

- a execução do suporte para a execução na almofada (o pique tradicional), e a consequente picagem;

- a cerzidura elemento fundamental para a apresentação final da renda em termos comerciais:

 

Todos estes elementos só podem ser trabalhados e expandidos desde que uma escola (A ESCOLA) esteja disponível para ser parceiro nesta actividade. Não em modos “políticos” ou para dar visibilidade estereotipada a meia dúzia de “instrumentadores”, mas em termos didácticos e tecnológicos de forma a criar o sustentáculo de uma actividade que não seja só artesanal, mas contenha a génese de uma actividade em que a dignidade de quem produz seja tão visível como o próprio trabalho desenvolvido e comercializado.

Não me cumpre aqui desenvolver mais que uma ideia. Jovens de Peniche com experiência em gestão e marketing deverão ser envolvidos neste projecto. A minha proposta avança só umas quantas ideias que poderão servir de suporte ao desenvolvimento de uma actividade que requer outra forma de ser encarada, do que uma mera frente de exposição e de lugares comuns que a pouco e pouco deixarão de funcionar, com o envelhecimento natural de meia dúzia de senhoras que ainda tornam vivas as actuais iniciativas.

Assim proponho:

- O termo das grandes ditas “exposições internacionais” de rendas nos moldes em que se têm desenvolvido;

- O termo do flop “as rendas vão às escolas” que mais não são que uma montra de algumas das pessoas que conquistam o seu lugar na montra das rendas de bilros;

- Concurso de 2 em 2 anos de rendas de bilros, eruditas e populares, com destaque para para novos desenhos nas 2 modalidades, prémios especiais para crianças até aos 12 anos.;

- Realização anual em lugar a definir de uma mostra de actividades tradicionais de Peniche, nomeadamente com rendas de bilros, exposição de trabalhos e execução ao vivo, mostra de doçaria regional, produção de conservas e outras actividades relevantes para um conhecimento melhor da nossa terra para quem nos visita. A saber se esta actividade se deverá realizar anualmente ou de 2 em 2 anos;

- Formação de uma comissão de trabalho envolvendo a Câmara Municipal, a Escola Secundária de Peniche, os responsáveis dos agrupamentos, o responsável pelo museu de Rendas, a técnica responsável pela escola de Rendas, a Rendilbilros, outras pessoas de reconhecido mérito na área das rendas de bilros, comissão essa que assegurará a apresentação de um projecto de formação na área das rendas de bilros e que contemple as suas diversas vertentes.

O Projecto aprovado será apresentado ao Ministério da Educação de forma a constituir parte integrante dos currículos a desenvolver no Concelho de Peniche.

Este projecto de formação será executado nas escolas de acordo com a prévia inscrição de alunos considerando as várias faixas etárias a que se dirige e com  apoio desuporte financeiro a atribuir pela Câmara Municipal.

Anualmente haverá um relatório de despesas a entregar na Câmara Municipal bem como a apresentação dos trabalhos desenvolvidos. As escolas poderão vender as rendas produzidas ou entrega-las na Câmara Municipal para esse efeito, revertendo o produto da venda pars a escola onde foram produzidas. 

O Museu de Rendas reservará espaço que possibilite a actividade de execução das rendas de bilros, produção de piques e cerzidura, mediante a orientação de um técnico devidamente habilitado.

À Câmara Municipal cumprirá nomear uma comissão que:

- estudará as associações existentes que se dediquem à promoção das rendas de bilros e com estas envidará esforços no sentido da criação de um “espaço de produção e venda das rendas de bilros”, tendo sempre em conta as rendilheiras já existentes, as escolas com formação e outras iniciativas a nível concelhio.

- as pessoas que representem instituições existentes no âmbito das actividades promovidas pela Câmara Municipal não poderão ser remuneradas. As remunerações serão exclusivamente atribuídas aos executores de desenhos, piques, rendas e cerziduras. (este último parágrafo carece de ser mais trabalhado).

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