quarta-feira, agosto 01, 2018


“DICIONÁRIO DO DIABO”

É um livro de Ambrose Bierce e editado recentemente pela “tinta da China”.

O autor era um jornalista e escritor americano nascido em 1842 e que desapareceu no decorrer de uma viagem ao México em 1914. Trata-se de um escritor corrosivo e sarcástico que na sua época lhe valeu muitos incómodos pela forma como incomodava uns e outros. Em algumas colunas de jornais americanos publicou as suas análises extremamente sintéticas a que chamou inicialmente o “livro de palavras cínicas” que reformulado veio a receber a designação com que hoje se apresenta “O Dicionário do Diabo”.

Para vos despertar o apetite sobre este autor e a sua interpretação do demo, ou do que ele promove, pensa ou diz ou nos impulsiona a dizer dou aqui um conjunto de definições que o tornam absolutamente necessário nos dias de hoje. Digamos que quando comparado com o autor ou à sua representação diabólica, o Facebook é uma brincadeira de crianças:

Adivinha, n. Quem elege os nossos governantes?

Alegria, n. Uma sensação agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros

Casamento, n. Cerimónia na qual duas pessoas passam a ser uma, uma passa a ser nada e nada passa a ser sustentável

Escrúpulos, n. Uma palavra caída em desuso por expressar uma ideia que já não existe

Gota, n. Nome que os médicos dão ao reumatismo de uma pessoa rica

Justiça, n. Uma mercadoria que o Estado vende aos cidadãos, em condições mais ou menos adulteradas, como retribuição pela sua obediência, pelos seus impostos e serviços pessoais.

Malfeitor, n. O principal factor de progresso da raça humana

Optimista, adj. Proponente da doutrina segundo a qual o preto é branco.

Reverência, n. A atitude espiritual do homem perante Deua e do cão perante o homem.

Velhice, n. Aquele período da vida no qual ajustamos os vícios que ainda temos, denegrindo aqueles que já não conseguimos satisfazer.

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