“DICIONÁRIO
DO DIABO”
É um livro
de Ambrose Bierce e editado recentemente pela “tinta da China”.
O autor era
um jornalista e escritor americano nascido em 1842 e que desapareceu no
decorrer de uma viagem ao México em 1914. Trata-se de um escritor corrosivo e
sarcástico que na sua época lhe valeu muitos incómodos pela forma como
incomodava uns e outros. Em algumas colunas de jornais americanos publicou as
suas análises extremamente sintéticas a que chamou inicialmente o “livro de
palavras cínicas” que reformulado veio a receber a designação com que hoje se
apresenta “O Dicionário do Diabo”.
Para vos
despertar o apetite sobre este autor e a sua interpretação do demo, ou do que
ele promove, pensa ou diz ou nos impulsiona a dizer dou aqui um conjunto de
definições que o tornam absolutamente necessário nos dias de hoje. Digamos que
quando comparado com o autor ou à sua representação diabólica, o Facebook é uma
brincadeira de crianças:
Adivinha, n. Quem elege
os nossos governantes?
Alegria, n. Uma sensação
agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros
Casamento, n. Cerimónia
na qual duas pessoas passam a ser uma, uma passa a ser nada e nada passa a ser
sustentável
Escrúpulos, n. Uma
palavra caída em desuso por expressar uma ideia que já não existe
Gota, n. Nome que os
médicos dão ao reumatismo de uma pessoa rica
Justiça, n. Uma
mercadoria que o Estado vende aos cidadãos, em condições mais ou menos
adulteradas, como retribuição pela sua obediência, pelos seus impostos e
serviços pessoais.
Malfeitor, n. O principal
factor de progresso da raça humana
Optimista, adj.
Proponente da doutrina segundo a qual o preto é branco.
Reverência, n. A
atitude espiritual do homem perante Deua e do cão perante o homem.
Velhice, n. Aquele
período da vida no qual ajustamos os vícios que ainda temos, denegrindo aqueles
que já não conseguimos satisfazer.
Sem comentários:
Enviar um comentário