21 ANOS A minha Maria faz hoje 21 anos. Durante muito tempo esta idade era uma marca mítica na vida de uma pessoa. Era com 21 anos que um jovem atingia a maioridade. Era com 21 anos que um jovem se emancipava da tutela dos seus progenitores.
Para mim que sou doutro tempo, os 21 anos ainda me tocam profundamente. Não que alguma coisa de substantivo se vá alterar. Mas c’um raio, 21 anos são, 21 anos!
A minha menina cresceu num instante. Ainda há tão pouco tempo ela era uma menina linda, gordinha e de trancinhas e, agora, é uma mulher linda de morrer. E depois é tão boa menina. Refilona, mas não pode fugir à sua costela de “Baterremos”. Boa estudante, perseverante, com uma capacidade de estudo verdadeiramente notável. Julgo que o meu pai se a conhecesse sentiria nela um grande orgulho.
Mulher de causas, a actividade que desenvolve na Associação de Estudantes da sua Faculdade e na Assembleia Municipal de Peniche, tornam-na a herdeira directa do Avô Benjamim e do Avô Álvaro.
Foi lindo o dia em que te dei a mão para entrares pela 1ª vez na Escola. Na velhinha Escola do Filtro onde a tua mãe também andou. Ver a tua capacidade de entrega à Escola e à Professora foi uma esperança para todos nós. Depois ver a tua integração na Escola da Atouguia. Onde aprendeste a ser adolescente. O 5º D. O 9º A. Que bom foi perceber que eras aluna por inteiro da tua Escola e não por seres a “filhinha do papá”.
Regressares à Escola a Peniche foi uma etapa natural. Uma antecâmara do que preparavas para quando optasses por aquilo que querias que fosse o teu futuro. Tens-me dado uma trabalheira de todo o tamanho. Não tem sido fácil ser teu pai. Mas também essa aprendizagem só tem sido possível por seres a pessoa que és.Apareces-me agora a dizer que já pensas em mais alguém além de ti. Essa tem sido a parte pior. Ando aqui eu a preparar-te para seres livre e já tu estás a pensar em amarras… Eu sei que é a ordem natural das coisas. E à parte o “rapaz” ser do Sporting, não tenho nada contra ele.
Como tens crescido minha querida. Recordo que antes de nasceres a minha Anita dizia para mim: “Gostava que se fosse uma menina um dia dissessem, ali vai a menina da Anita”. E é isso que hoje acontece. A minha menina é a menina de sua mãe. A Maria está de parabéns. Com ela estamos todos nós.
Um beijinho grande minha querida.