quarta-feira, junho 11, 2008

RAÇANHUDOS
Não votei em Sócrates, nem em Cavaco Silva. Para o que der e vier sou responsável por esta minha atitude. Não sei ainda se me hei-de sentir orgulhoso ou mortificado por essa minha opção. Isto não significa que esteja sempre em desacordo com um ou com outro. Infelizmente para “mal dos meus pecados” estou mais vezes de acordo com o Presidente da República do que com o 1º Ministro. Mas adiante.
Vem tudo isto a propósito do facto de Cavaco Silva ter apelidado o 10 de Junho como “DIA DA RAÇA” e os habituais do PCP e do BE terem vindo a entrar em histérica “chinfrineira”, porque é uma expressão troglodita e fascista do Salazar e de pretender com isso exaltar uma coisa que não existe, a raça portuguesa.
Pois eu não podia estar mais de acordo com a expressão. E aplaudo o Presidente da República por a ter utilizado sem traumas, nem complexos. Cá por mim existe uma raça portuguesa. Existe uma alma lusa.
Eu sou da Raça do Pepe quando ele marca um golo à Turquia e deixo-me emocionar por isso. Eu sou da Raça de Eusébio e do Mário Coluna. Eu sou da Raça de Jorge Amado e de Reinaldo Ferreira. A Raça Portuguesa não se confunde com nenhuma outra. E foi essa Raça que me levou à Guiné-Bissau em 1975 e 1976 para ajudar na reconstrução daquele país. E vibrei lá com a obra de Amílcar Cabral sentindo-o como parte da minha Raça. E estive em S. Tomé onde chorei com a escravatura a que os senhores do cacau submeteram aquele povo até ao século XX. E eu era da Raça dos negros daquelas roças.
Eu sou da Raça que Camões exaltou e em que Pessoa penetrou até ao mais de si mesma.
Se o os senhores Louça e Sousa têm complexos com a expressão raça portuguesa, problema deles. É melhor tratarem-se desse complexo de fascismo que lhes parece dominar as entranhas. E não me venham com sofismas. Se o Salazar utilizou a palavra para atingir fins inconfessáveis, então há que valorizar a palavra. Se os neonazis a utilizam dando-lhe um contexto perverso, há que realçar o lado maravilhoso do SER PORTUGUÊS.
Cá por mim aplaudo o Professor Cavaco Silva pela sua coragem e congratulo-me pelo aclarar de ideias que isso representou. Só os portugueses cantam o Fado e sentem Saudades. Só os portugueses se emocionam até às lágrimas ao verem os seus meninos brilharem como sóis por esse mundo fora. Nem que seja a jogar à bola.

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