PERPLEXIDADES
Tenho uma relação de amor-ódio com a TVI. Não suporto as doses massivas de telelixo com que nos brinda. Não suporto o Goucha, nem a Júlia Pinheiro. A miss Piggy faz parte das histórias de terror que pais maldosos contam às criancinhas quando as querem caladas. Resta muito pouco. Mas porque o comando não tem sentimentos de vez em quando lá passo pela TVI. Ontem foi uma dessas vezes.
Estava o Miguel Sousa Tavares a falar sobre a Justiça Portuguesa e mais especificamente de uma parte dos nossos juízes de direito.
Afirmou ele a certa altura que alguns desses senhores boicotam a legislação que os políticos vão elaborando na Assembleia da República. Nomeadamente não executando sentenças de prisão preventiva em situações de tal forma evidentes, que só uma atitude provocatória aos legisladores desses juízes é que pode justificar essa decisão. E deu como exemplo um tipo que entra numa esquadra e à frente das autoridades policiais mata a tiro uma pessoa, sendo que o juiz a que foi apresentado o manda em liberdade com termo de identidade e residência.
Ora isto, não é culpa do legislador. É exclusivamente do Juiz que assim decidiu. Para quê? Para pôr em causa o Estado Democrático a que deve obediência.
Não me consta que o Sindicato dos Magistrados tenha reprovado esta atitude, nem que este juiz tenha sido afastado de funções por incompetência, pelos seus responsáveis directos. Nem me consta que alguma vez tenha sido feita com Honra e Circunstância ao Povo Português, pelos responsáveis pela Magistratura Nacional, pelas dezenas de juízes que se prestaram a servir a Ditadura nos Tribunais Plenários, sem que alguma vez tivessem boicotado o seu funcionamento. Servir o Estado Novo, boicotar o Estado Democrático, aí estão duas atitudes que deverão ser muito bem explicadas pelos Magistrados Portugueses que têm orgulho e honra naquilo que fazem, separando definitivamente o trigo do joio.
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