LI E NÃO ACREDITEI…
O DN de hoje (25 de Outubro) publica uma afirmação do secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), que me deixou boquiaberto: “Centenas de escolas têm avaliação parada”. E isto é dito, deixa o jornal transparecer, com satisfação.
Isto assusta-me e enoja-me. Não pelas razões do senhor Mário Nogueira. Por outras mais singulares. Mas minhas.
Em primeiro lugar nunca vi nenhum sindicato interessado em avaliação nenhuma de professores. Os sindicatos partem do princípio que todos os professores são bons o que sabemos não corresponder à verdade, como todos os que passaram por escolas constataram.
Não vi os sindicatos nunca porem em causa a formação inicial de professores e no entanto sabemos como ela se tem vindo a degradar e as lacunas graves com que chegam às escolas, mercê da falta de um contexto real de prática lectiva apoiada que depois só têm quando se lhe deparam alunos sem que estejam preparados para isso.
Quantas vezes fui chamado à sala de aula porque o professor não conseguia controlar os seus alunos…Mas a formação inicial, facilitadora e sem qualidade e exigência no acesso ao ensino superior, essa é intocável. Digam num estudo sério quais as médias de classificação dos alunos que ingressaram no nas Escolas Superiores de Educação e quantos tiveram resultados superiores a 12 valores em Matemática e Português nos últimos 10 anos. Depois admiram-se…
E os professores que todos conhecemos que são incapazes de trabalharem com crianças? Que lhes fazemos? Alguma vez os sindicatos deram sugestões para esses casos?
Os sindicatos acham que a avaliação (?) de professores pode ser feita desde que estes participem com êxito ao longo da carreira em acções de formação, o que também sabemos não ter qualquer correspondência na melhoria da sua prática lectiva.
Os professores nunca tomaram medidas contra os sistemas de avaliação de alunos que ao longo dos últimos anos têm proliferado. E no entanto alguns deles continham lacunas ou erros colossais que tiveram como consequência os péssimos resultados que hoje podemos observar nos que passaram nas escolas e agora desenvolvem uma vida profissional. Os sindicatos, esses ficaram encolhidos no seu cantinho a ver passar os cavalos.
Afinal com esta barafunda a que vimos assistindo nos últimos dois anos nas escolas, acabamos percebendo que o que sempre esteve em causa foi a avaliação dos professores. Foi o fim do bem-bom que os “chateou”. Que raio. Tiveram tempo para apresentarem propostas alternativas. Que dessem a todos uma ideia clara de que não receiam ser avaliados.
Complexo o sistema do Ministério? Trabalhoso e burocrático? Acredito que seja. Mas cumpram-no e sugiram a correcção do que pode melhorar o sistema. Mas sem lhe fugirem. Começo a estar farto de tanta incompetência.
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