quinta-feira, março 03, 2011

PRESO POR AMOR
A nossa televisão pública transmitiu um dia destes uma notícia interessante sobre a eventual prisão de um jovem por ter grafitado uma mensagem de amor para uma aluna nos muros/paredes da Escola Secundária de Peniche em 2008.
Julgo que a queixa terá sido apresentada pelo órgão de gestão da Escola Secundária de Peniche. O caso foi a julgamento e o jovem causador de tal “acto criminoso” condenado a pagar uma coima de 312 €.
Como não terá pago, a polícia foi a sua casa e intimou-o ao dito pagamento ou em alternativa a passar 1(?) mês na Cadeia de Caldas da Rainha.
Eu desafio os que me lerem a fazerem comigo um exercício de visionamento para além da árvore. Vamos ver o que uma declaração de amor terá eventualmente custado ao Estado Socialista que temos.
1. Constatar a presença dos escritos, exercer as acções necessárias para descobrir o prevaricador, deslocação à esquadra e apresentação da queixa respectiva……….. 300€
(estão aqui os tempos consumidos por contínuos, professores, entidades policiais, secretaria do tribunal)
2. Julgamento, despesas do Tribunal com ocupação dos juízes e outros funcionários do Tribunal, despesas de expediente…… 1000€
3. Deslocações da PSP à residência do arguido, intimações diversas…………………. 100€
4. 1 Semana de detenção, deslocações, despesas com alimentação e alojamento………. 400€
5. Notícias em Telejornais da televisão pública incluindo despesas de deslocações do carro de exteriores e de jornalistas de Lisboa a Peniche…. 10000€

Números redondos a mensagem de amor inscrita nas paredes da escola e que entretanto foi apagada por trabalho voluntário da família do criminoso réu, terá custado ao erário público cerca de 11800€

Sobre a estupidez que tudo isto representa não faço comentários. Não é espectável que os responsáveis por todo este esbanjamento se redimam sobre a forma como consomem os dinheiros públicos. Atrevo-me a dizer no entanto que a minha simpatia vai mais para o criminoso do que para quem apresentou queixa e quem lhe deu andamento. Só porque estes últimos não têm de todo a noção do ridículo em que caíram.

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